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Rock perdeu Jim Morrison há 30 anos

Há 30 anos, em 3 de julho de 1971, o corpo de Jim Morrison foi encontrado dentro de uma banheira em Paris. Desde então, ele descansa numa tumba do Cemitério de Père Lachaise, um dos lugares de maior peregrinação de fãs no Planeta

Por Agencia Estado
Atualização:

Há 30 anos, em 3 de julho de 1971, o corpo de Jim Morrison foi encontrado dentro de uma banheira em Paris. Desde então, ele descansa numa tumba do Cemitério de Père Lachaise, que se tornou um dos lugares de maior peregrinação de fãs no Planeta. Amanhã, dia em que se chora pelos 30 anos do desaparecimento do mítico cantor dos Doors, o tecladista da banda, Ray Manzarek, e o velho manager do grupo, Danny Sugerman, vão estar em Paris celebrando a memória de Jim. Manzarek cumpre uma agenda maluca em Paris. Dá entrevista para a TV francesa, confraterniza com fãs em Père Lachaise e, à noite, dá um presentaço no Théatre Les Bouffes du Nord, nas imediações de La Chapelle, para cerca de 500 convidados. Entre as novidades que Manzarek vai mostrar no teatro, estão dois especiais de TV de 1969 com os Doors, feitos para a TV dinamarquesa (Feast and Friends e Hwy). Também vai exibir um especial de uma hora chamado A Tribute to Jim Morrison, além de videoclipes de Break on Through e Ghost Song. Inédito - Como não poderia deixar de ser, também há um disco inédito nas lojas, lançado na semana passada: Bright Midnight - The Doors Live In America (que, segundo informa a gravadora Warner, só será lançado no Brasil em agosto). O selo Bright Midnight, criado por Manzarek na Internet só para lançar novidades dos Doors, também oferece The Lost Interview Tapes Featuring Jim Morrison - Volume One, com depoimento inédito de Morrison concedido em 1970 para Tony Thomas, da TV canadense. The Doors foi um dos grupos mais influentes da breve história do rock. Seu trabalho tem feito eco nos artistas subseqüentes, geração em geração, passando por Echo and the Bunnymen e chegando a Fatboy Slim. Tendo como base um arcabouço de blues e à frente um profeta do caos cantando sempre como se cada show fosse o último The Doors (que, além de Morrison e Manzarek, tinha Robby Krieger na guitarra e John Densmore na bateria) fez escola. Influenciado pela poesia de Rimbaud e crente de que tinha uma ancestralidade indígena, Morrison foi uma figura intensa e única no rock, do qual mantinha uma distância prudente. Queria algo mais do que botar fogo num palco - coisa que sabia fazer como ninguém. Em 1971, logo após o lançamento do álbum L.A. Woman, ele mudou-se para Paris com a namorada, Pamela Courson, dizendo que ia imergir de forma mais definitiva em sua busca poética. Em julho, foi encontrado morto, supostamente por overdose - embora a autópsia oficial não tenha confirmado isso. Muitos dos seus fãs crêem que ele, como Elvis, teria forjado a própria morte e saído de cena para viver uma vida plácida, cultivando um jardim em algum recanto da Bretanha. Elã vital - Após sua morte, os Doors remanescentes tentaram levar o grupo adiante, sem sucesso. Depois, mantiveram-se ativos em carreiras-solo pouco convincentes. Morrison era o elã vital. Sua música e seu temperamento ressurgem sempre com ímpeto e energia, como quando Francis Ford Coppola incluiu The End na trilha de Apocalypse Now ou na época que Oliver Stone fez o filme em homenagem à banda (com Val Kilmer no papel do cantor). No One Here Gets Out Alive ("Daqui ninguém sai vivo"), dizia o título de um documentário lançado em 1979 e que foi relançado este ano com quatro CDs "novos" dos Doors. Morrison antecipou sua saída e garantiu sua eternidade.

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