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Rock in Rio: Seal embala 'dia de shopping center' do festival

Cantor tentou mostrar músicas do novo álbum, mas sofreu com a resposta fria

Por Pedro Antunes
Atualização:

RIO - "Vocês aqui já se apaixonaram?", perguntou Seal. Um "sim" foi respondido em uníssono. "Alguém aqui já amou e perdeu essa pessoa?" A resposta fria deixou o cantor inglês surpreso. "Não? Ninguém? Mentira." Ainda assim, Seal emendou seu discurso sobre a canção que viria a seguir, ainda nos primeiros momentos do seu show no Rock in Rio, neste domingo, 20, chamada Do You Ever.

É uma daquelas canções de amor como tantas outras que Seal lançou ao longo da carreira. Essa é nova, do mais novo álbum dele, Seal 7, que saiu em 2015. Novinha em folha e, apesar to esforço do inglês, teve recepção gélida por parte dos presentes na Cidade do Rock. Em um dia no qual as atrações do Palco Mundo vivem da nostalgia como esse domingo, a novidade é arriscada. 

Seal é a segunda atração a se apresentar no Palco Mundo durante o 3º dia do Rock in Rio, na zona oeste da cidade. Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO Foto: Seal é a segunda atração a se apresentar no Palco Mundo durante o 3º dia do Rock in Rio, na zona oeste da cidade. Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

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Depois de quatro anos sem um disco de inéditas, Seal tem essa nova safra de canções e está doido para mostrá-las. Abriu seu show com Crazy, um de seus hits, o que não deixa de ser uma atitude corajosa. Ou ganhava o público ou o perdia de vez. O resultado se aproximou da segunda alternativa.

O terceiro dia de Rock in Rio se aproximava da sensação de caminhar em um grande shopping center, naquele dia de passeio em família. Um domingão gasto com compras e algum entretenimento. Depois de um público tão engajado quanto o de sábado, o dia do metal, a música não parecer ser o mais importante no domingo.

Entenda: na frente do palco, o público mostrava seu envolvimento, mas algumas dezenas de metros para trás, o importante era permanecer sentado na canga, sair para comprar cerveja ou algo para comer. 

Seal, no palco, só faz parte da trilha sonora, como aquela rádio escolhida para a criar um ambiente mais agradável nas butiques. Não importava o quanto ele falasse, sorrisse. Elogiou uma bandeira do Brasil, colocou-a ao seu lado. Desceu para cantar a última música perto do público. 

Nada adiantou para pelo menos metade dos presentes ali na Cidade do Rock. Eram os clássicos derretidos dele que se faziam necessários. De preferência, no repeat. Pessoas passeavam cantando junto com ele Kiss From a Rose, por exemplo, e não o single do mais novo disco que provavelmente elas não ouviram falar. 

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