Rock in Rio: festival de mercado, salão de beleza e "concorrência" com produtos oficiais

Nem mesmo a fila de espera de mais de uma hora afugenta quem quer renovar o visual, mesmo que por uma noite só

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Por Pedro Antunes
Atualização:

RIO - De sacola vermelha nas mãos e sorriso no rosto, a publicitária Cristiane Cabral segue atrás das duas filhas, de 13 e 16 anos, após deixar a loja da Leader, uma das 45 marcas a firmarem uma parceria com o Rock in Rio para chamar a atenção do 100 mil visitantes diários da Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. A satisfação, por parte da carioca, era por saber que havia feito o que considerava ter sido um bom negócio. Comprou uma camiseta do festival que, na loja oficial, custava a partir de R$ 79 – a publicitária encontrou itens com metade do valor “na concorrência”, por R$ 39. 

Movimentação de pessoas no posto de venda oficial da Cidade do Rock, durante o segundo dia do festival Rock in Rio, neste sábado, 16, na zona oeste do Rio. Foto: Fabio Motta/Estadão

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Foi o que também disse o casal Alessandra e Pedro Subutzki, ao deixar o mesmo espaço com bottons, camisetas e bonés. “Somos de Campinas (na grande São Paulo), que também é uma cidade cara. Não nos planejávamos”, disse ela, que, com o marido, frequentava a Cidade do Rock pela primeira vez. “Mas compramos. Não sei se dava para comprar, mas compramos”, ela ri. 

O fato é que o Rock in Rio se tornou um shopping a céu aberto, no coração de Jacarepaguá. E, a cada edição, cresce seu potencial de marketing, assim como a procura de empresas para se tornarem parceiras e montarem suas próprias lojas. Até mesmo para disputar com as próprias lojas oficiais do evento. A diferença dos preços costuma ser gritante. 

Há, literalmente, um supermercado dentro da Cidade do Rock, mas esse é apenas um dos mais distintos serviços oferecidos por aqui. É possível, veja só, comprar camisetas de basquete dos times da liga norte-americana, a NBA, antes das camisetas serem lançadas nos Estados Unidos. 

Há itens mais básicos, é claro, como souvenirs (chaveiros, por exemplo, custam R$ 20 na loja oficial), outros mais ousados, como tênis da marca Fiever, cujo par mais caro, de couro e sola alta e colorida, custa R$ 448. Na sexta-feira, na saída do festival, a reportagem encontrou um tênis no chão, entre copos de plástico, deixado para trás por algum frequentador do festival – talvez para esse sujeito comprar um novo par no Rock in Rio fosse, mesmo, uma boa ideia. 

É possível, contudo, usufruir de serviços gratuitos e dar um upgrade no visual. Basta um pouco de paciência. A espera nas filas podem chegar a mais de uma hora. Pode-se, por exemplo, ser maquiado por um profissional na Maybelline ou se servir, à vontade, na linha de produtos disponíveis para quem quiser usar. Ou descolar um novo penteado na Nielly, como a estudante Tainá Kemmer, de 14, anos, que saiu de lá exibindo uma trança de um lado ao outro da cabeça e a ponta dos cabelos da cor rosa. “Sempre quis pintar”, ela diz. “Mas é tinta que sai no banho! Não quero deixar assim para sempre, não. Credo!”, diz ela, e vai em direção ao palco Mundo, onde se apresentaria Shawn Mendes. 

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