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Roberto Carlos comenta invasão à sua casa

Em nota distribuída hoje à imprensa o cantor Roberto Carlos classificou como "exploração pública" com intenção de "autopromoção" a busca que oficiais de Justiça fizeram ontem em sua casa

Por Agencia Estado
Atualização:

Em nota distribuída hoje à imprensa o cantor Roberto Carlos classificou como "exploração pública" com intenção de "autopromoção" a busca que oficiais de Justiça fizeram em sua casa na quinta-feira. O cantor aponta "violações legais" no episódio e diz que vai tomar medidas jurídicas contra os responsáveis. Os oficiais foram ao apartamento de Roberto Carlos com mandado de busca e apreensão, atendendo a pedido do compositor Sebastião Braga, em busca de um contrato com a Sony Music. O compositor foi reconhecido em ação judicial como co-autor da melodia da canção O Careta, gravada por Roberto Carlos em 1987 (Braga a compusera com o título de Loucuras de Amor). Ele quer que seu nome conste dos CDs que contêm a música como co-autor. Roberto Carlos considera que a questão ainda é objeto de avaliação judicial, mas, em maio, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, reafirmou a decisão que condenou Roberto e Erasmo Carlos por plágio na questão. Vidigal negou novo pedido de reavaliação do caso feito pelos advogados do cantor, a quarta tentativa de tentar reverter a decisão. Sebastião Braga ganhou a causa em 2001, 14 anos depois de iniciar uma batalha judicial contra o cantor. No ano passado, houve uma decisão unânime da terceira turma de desembargadores do Superior Tribunal de Justiça confirmando o plágio. A Justiça considera que há coincidência entre as duas canções "nos dez primeiros compassos". Os advogados do cantor iniciaram então uma sucessão de recursos. O pianista e regente Braga, que além de compositor também é advogado, calcula que tem a receber algo em torno de R$ 6 milhões em indenização. Sua versão do caso é a seguinte: em 1983, lançou um disco, Pegadas na Luz, que trazia a canção Loucuras de Amor. Satisfeito com o trabalho, autografou um exemplar e pediu ao maestro Eduardo Lage, antigo arranjador e colaborador do ´Rei´, que a entregasse a Roberto Carlos. Algum tempo depois, uma tia chamou a sua atenção para a música que tocava no rádio e perguntou-lhe por que não o tinha avisado da execução. Como músico, Sebastião Braga não é exatamente um sucesso: gravou quatro discos, um deles lançado pela antiga Polygram, mas não saiu do ostracismo. Conta 200 composições registradas em seu nome. A decisão favorável a Braga prevê o registro do nome do compositor nas capas dos discos ainda não distribuídos e a publicação, em jornal de grande circulação, da verdadeira autoria da música O Careta. A segunda etapa da questão previa a atribuição de responsabilidade às gravadoras. A primeira e a segunda instância condenaram a Editora Musical Amigos e a Ecra Realizações Artísticas (de Roberto Carlos) a indenizar Braga, mas excluíram a Sony Music do processo. O cantor jamais comentou o caso publicamente. Em entrevista ao Jornal da Tarde, o maestro Eduardo Lage, arranjador do músico, disse ter "certeza" de que não foi uma apropriação proposital. "Hoje temos muita informação musical. A probabilidade de uma música ser parecida com outra é muito grande." Leia a seguir a íntegra do comunicado de Roberto Carlos: Em face do episódio ocorrido em sua casa no dia 18 de setembro de 2002, ROBERTO CARLOS se manifesta no sentido de que: a) o processo movido por Sebastião Braga está em curso na Justiça sendo aquele o fórum adequado para as discussões e pedidos das partes; b) a busca na casa de Roberto Carlos de um documento que, inclusive está registrado no Cartório de Registro Especial, foi uma exploração pública de um episódio do processo feita com evidentes intenções de autopromoção; c) as violações legais cometidas neste episódio já estão sendo objeto das medidas jurídicas cabíveis para apuração e punição dos responsáveis.

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