Rita Lee aterrissa sua nave mãe em São Paulo

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Por Agencia Estado
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Lulu Santos chama Rita Lee de "nave mãe do rock brasileiro". O marido Roberto Carvalho, guitarrista de sua banda e parceiro nas composições desde 1976, odeia que a chamem de "Tia". Ela, no entanto, pouco se importa com os rótulos. "Já fui rainha, musa, tia, e já sou avó...". Nesta sexta e sábado Rita traz a São Paulo, para a Via Funchal, sua nova turnê, em que divulga o álbum 3001. Quem assina a concepção do cenário é Gringo Cardia. Levando-se em consideração o belo trabalho feito por ele no encarte do novo álbum, lançado em julho, o palco deve contribuir bastante para a grandiosidade do espetáculo. Segundo Rita 3001 é um show pesado. "Retomamos o pretinho básico rock and roll", brinca. O repertório se concentra no disco recém lançado e em músicas menos conhecidas. Tem canções de 3001, da época dos Mutantes e lados B. Mas há também alguns sucessos que não podem faltar em qualquer aparição da cantora. "Procurei buscar dar uma amostragem do meu referencial nestes 33 anos de estrada", conta. Por isso, Rita acha que este espetáculo é muito mais para ver e ouvir do que para cantar junto. No bis, entretanto, ela se veste de miss simpatia e pergunta ao fãs quais músicas eles gostariam de ouvir. "No Rio cantei até José, cuja letra eu nem sequer lembrava". Quem faz uma aparição no espetáculo é Zélia Duncan. Ela canta Pagu, música que compôs com Rita Lee e foi gravada em 3001. Continuam na banda de Rita o baixista Lee Marcucci, do Tutti Frutti, o tecladista Fabio Recco, o filho e guitarrista Beto Lee, o percussionista Ari Dias, o saxofonista Dirceu Leite, e o multiinstrumentista Roberto Carvalho. O baterista Paulo Zinner foi substituído por Edu Salvitti. Allex Bessa, nos teclados programados e Debora Reis, nos vocais, completam os novos nomes. Alto-falantes - "Nós pedimos ao Gringo um cenário de show de rock e ele encheu o palco de alto-falantes. Ficou muito legal", anuncia Roberto Carvalho. Gringo Cardia foi o responsável pelo design gráfico dos últimos quatro discos de Rita e, consequentemente, do cenário das turnês. Sobre a aparência de garagem do palco, ela novamente faz troça: "estou beirando a metaleira". A turnê de Rita Lee começou há menos de um mês, passou por algumas capitais brasileiras e cidades do interior do Estado. Na semana passada chegou ao Rio de Janeiro. "O Rio é sempre festeiro, sabe valorizar um boba da corte como eu. Foi muito bom, ainda mais quando contei piadas do Maluf", diz. Segundo Roberto Carvalho, percorrer outras praças ajudou a aparar as arestas do espetáculo. "Na verdade, percebemos o quanto este novo show contrasta com o acústico, que não tinha tantos aparatos tecnológicos". De São Paulo, cidade em que nasceu há 53 anos, Rita conhece todos os meandros. "Me sinto tão bem aqui quanto no sofá da Hebe Camargo...no segundo turno com a Marta...", lista. Simpática, fazendo pose para os fotógrafos, a cantora se mostrou muito feliz na entrevista concedida na tarde de terça-feira, no bar da Via Funchal. "Sou uma privilegiada. Faz 33 anos que consigo sobreviver de música no Brasil, isso é muito."

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