Richard Bona se apresenta no Bourbon Street

Um dos maiores baixistas da atualidade, o camaronês encurta a distância entre África e Brasil e mostra o CD verde-amarelo Tiki

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Por Agencia Estado
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Durante três meses, o contrabaixista camaronês Richard Bona viveu em Copacabana. Fez o footing no calçadão, conversou com o povo, viu as peladas (os dois tipos) e tomou água-de-coco. Resultado: acabou fazendo uma música com título em português, Calçadão de Copacabana, o desembocadouro natural de uma relação muito estreita e longa com a música brasileira. Calçadão de Copacabana está em Tiki, mais recente e delicioso disco de Bona, que ele apresenta nesta terça-feira em show no Bourbon Street. Gravado no estúdio Fibra Records, no Rio de Janeiro, o disco tem a participação de Djavan, Marcos Suzano, Toninho Horta, Hélio Delmiro, um canto de rap de Davi Vieira. "Para mim, a música brasileira não é uma música estrangeira. Não é um tipo de atração o que sinto pela música brasileira. É algo natural. Quando vou à Bahia, e vejo dois garotos fazendo música, aquilo não é estranho para mim. É assim na África, o amor pela música é coisa que não se aprende", diz Bona. Tiki também traz Three Women, canção do cometa do baixo, o norte-americano Jaco Pastorius (1951-1987), um dos mais influentes da música. "Quando ouvi Jaco Pastorius pela primeira vez, eu já era músico formado. Mas aí ouvi e uau! Era extraordinário. Defino Jaco mais como uma inspiração, não como influência." Djavan canta com Bona em Manyaka o Brazil. "Escuto Djavan sempre, é um dos meus músicos preferidos. Ouço também Gil, Jobim, Maria Bethânia, Elis Regina, Guinga", conta Bona. Na semana passada, quando falou ao Estado por telefone, estava no Rio e via jogos da Copa do Mundo. Seu país, Camarões, que já foi um fenômeno no tempo de Roger Milla, hoje está fora. Bona não vê possibilidade de surpresas africanas, mas acha que é cedo para desconfiar do Brasil. "Tenho muita confiança em que o Brasil vencerá. Há problemas, é claro. Cafu é o capitão, mas precisa mostrar um pouco mais de vitalidade. Ronaldinho Gaúcho é um dos maiores jogadores não só de agora, mas de todos os tempos. E Kaká é muito eficiente. Com a velocidade de Robinho, esse time é o meu favorito." Quem gosta de música africana não pode perder esse show. Além de um instrumentista refinado, Bona tem o senso do ritmo e do delírio. Festa certa. Bourbon Street Jazz Nights e The Blues Festival. Bourbon Street Music Club (350 lug.). Rua dos Chanés, 127, 5095-6100. De hoje a 6.ª, 22 h. R$ 95

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