Relespública estréia apostando no rock honesto

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Por Agencia Estado
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O Festival da Música Popular Brasileira ressuscitou, de certa forma, o interesse das gravadoras pelo rock and roll ao premiar com os dois primeiros lugares Tudo Bem Meu Bem, de Ricardo Soares, e Morte no Escadão, canção interpretada pela banda mineira Tianastácia. Sinal disso é o Relespública, quintento curitibano que acaba de lançar seu primeiro disco, O Circo está Armado, pela Universal Music. Há quase dez anos batalhando no cenário alternativo, a banda formada por Emanuel Moon, bateria, Fabio Elias, guitarras, violões e backing vocals, Kako Louis, voz e guitarras, Ricardo Bastos, contra-baixo e Roger Gor, teclados, fez um bom disco, em que prevalece a honestidade em detrimento da originalidade. Tem rock´n´roll ao sabor de Rita Lee, jovem guarda, citações de Beatles, Stones e Marvin Gaye. Blues, funk e soul. Metais gritantes, moog e teclados que recriam climas psicodélicos. Optaram por executar o som de que gostam. Mesmo que isso signifique não acrescentar novas referências a música produzida no País. Fazem um som que poderia ser chamado de datado. Mas quando a música é boa, suplanta seu momento histórico. Bons exemplos disso são Black Crowes e Lenny Kravitz, que nos anos 90 reviveram a estética da década de 70 e ganharam as paradas de sucesso de todo o mundo. Não inovaram, mas fizeram muito bem o que se propuseram a fazer. No caso do Relespública, algumas músicas podem ser colocadas nesse patamar. Chamam a atenção as faixas Rock´n´Roll Brasil, ("Rock n´ Roll no Brasil é diversão de maluco, mas onde ele surgiu é profissão que dá lucro"), e Capaz de Tudo, com levada e temática que lembram vagamente o Ira! nos anos 80. Ambas melhores que as consagradas pelo Festival da Globo.

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