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Rei das baladas, Phil Collins põe Maracanã para dançar

Após cantar para 42 mil pessoas, ele se apresentará em São Paulo nos dias 24 e 25 de fevereiro

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - Um bom punhado de grandes hits de uma carreira de mais de 40 anos em 100 minutos de show. Phil Collins fez o que todo fã queria na primeira noite de sua turnê pelo Brasil, no Maracanã, nesta quinta-feira, 22. De Against all odds a Take me home, os sucessos radiofônicos dos anos 1970 e 1980 se sucederam, e o público, de 42 mil pessoas, respondeu cantando sem parar.

A abertura, com a balada das baladas, açucarada na medida, foi uma pista falsa. Acompanhado por uma superbanda, de 14 pessoas, Phil, que canta sentado o tempo todo, por conta de um problema grave na coluna que o faz precisar do apoio de uma bengala, escolheu um repertório bem dançante para a tour, intitulada “Not dead yet”; aportuguesando, “Ainda não estou morto”, ou, como foi traduzido oficialmente, “Ainda estou vivo”.

Sobre cadeira, cantor Phil Collins se apresenta no Estádio do Maracanã. Foto: Fabio motta/Estadão

O nome pega carona na autobiografia sincerona que a editora Record está lançando, e que o cantor, compositor e baterista pôs no mercado em 2016. São memórias que vão da infância, já de baquetas na mão, ao topo das paradas com o Genesis e na trajetória solo; os excessos com a bebida, que deterioraram sua saúde, as relações com as mulheres e a paixão pelos três filhos.

Banda americana The Pretenders abre show de Phil Collins. Foto: Fabio Motta/Estadão

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“Os maiores sucessos e os piores desgostos”, ele diz no livro, no qual conclui que é, hoje, 67 anos recém-completos, “um camarada manco, que mal consegue andar, muito menos balançar o corpo com o rock’n’roll.” No relato, brinca também, sobre os últimos anos: “Rumores da minha volta podem ter sido exagerados, em especial os iniciados por mim mesmo”.

Foi em 2010 que o hitmaker, um dos maiores do pop mundial, anunciou sua aposentadoria definitiva dos palcos e dos estúdios. Ninguém sabe se a atual turnê será sua despedida de fato, mas para o público do Maracanã valeu como tal. A única reclamação possível ao fim da noite: foi um show curto demais.

Show do cantor britanico Phil Collins no Rio de Janeiro. Foto: Fabio Motta/Estadão

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Na bagagem, em sua primeira passagem por aqui como artista solo – sábado, 24, e domingo, 25,  ele canta em São Paulo (Allianz Parque) e em seguida voa a Porto Alegre (Beira Rio) –, vieram clássicos do Genesis e também os que o projetaram posteriormente. Ele trouxe também o filho Nic Collins, de 16 anos, que seguiu suas batidas na bateria e integra o conjunto que o acompanha. “É um bom menino”, elogiou.

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Em In the air tonight, dos versos “I’ve been waiting for this moment for all my life” (“Estou esperando por este momento por toda a minha vida”), foram emocionantes as imagens das câmeras alternadas entre pai e filho. Antes, ver Phil pedir “Take a look at me now” (“Dê uma olhada em mim agora”), numa fase de sua vida em que o corpo falha, encheu o gramado de ternura.

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Com voz segue firme, mesmo dianteda dificuldade de ter de cantar preso à cadeira, na qual ficou apoiada a bengala. O público, a maioria de 40 anos para cima, muitos casais e pais com adolescentes, colou rostos em Follow you follow me, Separate lives e In the air tonight, e dançou com Only you know and I know, Something happened on the way to heaven, Wake up call, Dance into the light, I missed again, Hang in long enough, Sussudio.

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Easy lover, Another day in paradise e Invisible touch formaram coros dignos de qualquer karaokê temático dos anos 1980. Uma época, explicaram papais e mamães a seus jovens, em que lançamentos de LPs e de clipes eram um acontecimento, fitas cassetes ficavam prontas para gravar as músicas favoritas que tocassem no rádio, e as vendas se contavam em discos de ouro e platina – no caso do carequinha, são estimadas mais de 100 milhões de cópias vendidas, em todo o planeta.

Quem abriu o palco foram os Pretenders, que estabeleceram o tom nostálgico da noite. Formada em 1978, a banda de Chrissie Hynde e Martin Chambers esquentou a plateia com clássicos como Back on the chain gang,  Don’t get me wrong, I’ll stand by you e Middle of the road. “Essa música é de 1910, mas acho que vocês vão se lembrar”, Chrissie brincou no meio do show, sua excelente forma a tornar a piadinha ainda mais saborosa.

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