Regina Carter volta a SP com novo disco

Em Motor City Moments, a violinista revisita suas raízes em Detroit. Amanhã, ela dá seqüência à série Diners Jazz, no Bourbon Street Music Club

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Por Agencia Estado
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Dois anos depois de tocar no Chivas Jazz Festival, em São Paulo, a violinista Regina Carter toca amanhã de novo na cidade, no Bourbon Street Music Club, dando seqüência à série Diners Jazz. Musicista que trocou a música erudita pelo jazz, ela costuma fazer misturas explosivas nos seus concertos, tocando coisas até brasileiras. Seu concerto no Chivas Jazz, há dois anos, foi francamente caribenho e teve um momento de reverência explícita: ela ofereceu uma canção ao percussionista Tito Puente, morto uma semana antes. Ancorada na percussão da cubana Mayra Casales, Regina Carter usa o violino com uma abordagem vibrante, quase semelhante àquela da tradição cajun americana, mas é também virtuosa, aborda as canções com técnica. Regina chega a São Paulo a bordo de um disco recente interessante, Motor City Moments (Verve), que recorre às suas raízes em Detroit, a meca de onde Berry Gordy detonou uma revolução musical. Acompanhada pelo pianista Werner Gierig, o baixista Darryl Hall, o baterista Alvester Garnett e sua percussionista Casales, ela fez uma viagem musical. E passou por hits inapeláveis, como Don´t Mess with Mr. T, de Marvin Gaye, e Higher Ground, de Stevie Wonder. Regina começou a carreira como integrante do Straight Ahead, grupo de jazz formado só por mulheres. Também tocou numa banda funk, Brainstorm. Em 1991, mudou-se para Nova York e participou da ópera Blood on the Fields (ganhadora de um Pulitzer), composta pelo trompetista Wynton Marsalis e que trata da saga dos escravos negros americanos. Apaixonada por sons percussivos, ela costuma fazer uma pesquisa sonora intensa. No seu primeiro disco, juntou forças com o africano Abdoulaye Epizo Bangoura, que toca djembe em uma faixa. E revisa com cuidado o passado: gravou Don´t Explain, célebre canção de Billie Holiday, com o apoio do baixista Lonnie Plaxico (este um conhecido escudeiro de Cassandra Wilson). A artista teve também uma fase rhythm and blues, na qual se deteve por algum tempo no som negro da Motown de sua Detroit natal, ouvindo de tudo, de Parliament a Funkadelic. Em Detroit, tocou na Detroit Civic Symphony Orchestra e trabalhou com o trompetista Marcus Belgrave e o organista Lynn Woodward. Estudou depois no New England Conservatory e, mais tarde, na Oakland University, em Michigan. Na segunda fase de sua carreira, a fase profissional, ela tocou com todo mundo, gente como Steve Turre, Kenny Barron, Cassandra Wilson, The String Trio of New York e Oliver Lake. Regina Carter Quintet. Amanhã e quarta-feira, às 22h30. De R$ 65,00 a R$ 120,00 (couv. art.). Bourbon Street Music Club. Rua dos Chanés, 127, São Paulo, tel. 5542-1927.

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