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Reggaeton e "Gasolina", sucessos do Caribe em 2005

Novo ritmo caribenho conquista novas platéias e tem como canção símbolo Gasolina, do rapper Daddy Yankee. Ouça Gasolina

Por Agencia Estado
Atualização:

O reggaeton se impõe em 2005, pelo segundo ano consecutivo, como o ritmo tropical de maior explosão musical, que tem como tema a canção Gasolina, do rapper Daddy Yankee, de Porto Rico. Do Caribe, o reggaeton se expande para outros lugares do continente americano, conquistando prêmios, escalando os primeiros lugares das paradas de sucesso e colocando multidões para dançar sob o ritmo da chamada dança "perreo". Ramón Ayala, conhecido como Daddy Yankee, registrou um inusitado impulso em sua carreira após o lançamento do álbum Barrio Fino, há mais de um ano em primeiro lugar no ranking latino da Billboard, e conquistou o Disco de Platina nos Estados Unidos ao vender um milhão de cópias. "Gasolina do cantor portorriquenho Daddy Yankee tornou-se este ano a canção símbolo do reggaeton, o último fenômeno musical que derrubou a barreira do idioma", conforme publicou em meados de dezembro o jornal norte-americano The Wall Street Journal. Além de Yankee, o reggaeton é sustentado por outras figuras populares como seus compatriotas Don Omar, Yvy Queen, Tego Calderón, Héctor "O Pai", Alexis & Fido, Wisin & Yandel, Angel & Khriz, Lito, Polaco, Voltio, John Eric, Noztra, Adassa e os produtores dominicanos Luny Tunes. Há cerca de uma década, seus antecessores abandonaram o terreno musical ao mesclar o reggae da Jamaica com o movimento urbano do rap e do hip-hop procedente dos Estados Unidos e o resultado dessas fusões ficou conhecido como reggaeton. Os especialistas indicam o rapper panamenho El General como um dos primeiros expoentes do ritmo que, um ano atrás, foi germinando até chegar a 2005 com uma das melhores performances de sua história. A febre se expandiu, inclusive, junto a artistas de outros gêneros, como a colombiana Shakira, que se impôs na rádio latina com seu sucesso La Tortura, que interpretou em duo com o cantor espanhol Alejandro Sanz. Shakira e Sanz também gravaram um vídeo de La Tortura, com uma alta carga de sensualidade corporal característica primordial no baile do reggaeton. O ritmo contagiou veteranos intérpretes de salsa, merengue, pop e rhythm & blues, entre eles, os portorriquenhos Víctor Manuelle e Ricky Martin, o norte-americano R. Nelly e a dominicana Milly Quezada. "Quando falo de reggaeton sempre me lembro de Celia Cruz, que Tinha uma abertura musical incrível, digna de se imitar", disse hoje Milly Quezada à AP ao falar de sua canção reggaeton La Mala Palabra, que gravou junto com o portorriquenho Héctor "O Pai". Apesar do sucesso do reggaeton, o ritmo é motivo de freqüentes polêmicas por suas letras simples, que recorre a temas sexuais e sua dança de movimentos atrevidos. Na República Dominicana, a entidade governamental que regula a difusão da música nos meios eletrônicos, informou hoje à AP que, de um total de 24 temas de diferentes gêneros, censurou dez reggaeton em 2004 e em 2005, por "atentar contra a moral e os bons costumes". Há ainda a discussão sobre o caráter efêmero do ritmo, ou se permanecerá no gosto popular por muitos anos, como ocorreu com a salsa e o merengue, por exemplo. "O certo é que agora não há quem resista ao reggaeton", disse hoje à AP Félix Cabrera, o empresário que em novembro passado reuniu as principais figuras do gênero em um show no Madison Square Garden de Nova York.

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