Regente da Osesp busca 'novos Beethovens'

Marin Alsop falou sobre os objetivos para os próximos cinco anos como titular à frente da orquestra

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Por Redação
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“Nossa maior responsabilidade é conectar a música clássica com o público.” Com essa profissão de fé, a nova regente titular da Osesp, Marin Alsop, mostrou ter objetivos definidos para os próximos cinco anos à frente da orquestra. Ela falou sobre eles na quinta-feira, em seu primeiro encontro com o público na Sala São Paulo, dentro do projeto Música na Cabeça da Osesp em parceria com o Estado. Ainda não os colocou em prática, mas relacionou-os no decorrer das respostas: é necessário mudar o modo como apresentamos a música ao público; a orquestra precisa atuar na comunidade; e, por último, mas não menos importante, quer descobrir por aqui “os novos Beethovens”, dar espaço à música contemporânea. Em termos de gravações, além da integral das sinfonias de Prokofiev pela Naxos, Marin quer gravar música brasileira e para crianças, com direito a “aplicativos no iPad”, por exemplo. Em Baltimore, Marin costuma falar ao público sobre o programa da noite, antes de cada concerto. Quer repetir isso aqui, além dos projetos de sucesso como o Orchkids, com crianças, e Rusty Musicians, ou músicos enferrujados, que convocam músicos amadores da comunidade para tocar com os músicos da orquestra. “Afinal, vivemos numa sociedade em que as pessoas querem participar”, disse. Mas o item mais fundamental de sua agenda é básico: “Ensaiar, ensaiar, trabalhar duro - isto é o mais importante”. Também quer conhecer a música brasileira. “Jamais ouvi falar deles”, disse a respeito dos brasileiros que regeu quinta. “Mas gostei muito do virtuosismo orquestral de Camargo Guarnieri e dos elementos rítmicos brasileiros de Francisco Mignone.” Anunciou-se também que a Osesp tocará no famoso festival de verão londrino PROMs e no Concertgebouw de Amsterdã em microturnê europeia de quatro dias em agosto, com Antonio Meneses e Nelson Freire a tiracolo.

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