Rapper virtual Dogão quer combater a pirataria

Criado na internet, ele já faz sucesso com o hit Dogão É Mau, antes mesmo da chegada do primeiro CD, e quer impedir a pirataria Ouça Dogão É Mau no site oficial do rapper

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Por Agencia Estado
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Ele tem 20 anos, é carioca, mora em São Paulo, pilota uma Harley Davidson envenenada, namora a Nega Ganja e é parceiro de Mano Cabuloso, paulistano da Zona Norte. Faz sucesso na internet e é o interprete da segunda música mais baixada na lista dos "ring tones" ? músicas para aparelhos celulares - da Vivo. Em 15 dias, mais de 12 mil downloads da música foram feitos. O nome desse rapper é Dogão e o hit que está emplacando nos celulares da garotada e em cópias de MP3 na internet é Dogão É Mau. Só que Dogão, com corpo de humano, cara de cão, existe apenas no mundo virtual. Ele é o mais novo artista do selo Arsenal Music, mesmo do Acústico MTV do Ira, de Charlie Brown Jr e do CPM 22. Está na internet no www.dogaoemau.com.br e, em breve, chega às lojas com o CD Dogão É Mau. O produtor de Dogão e seu criador é Rick Bonadio, de 35 anos, ex-presidente da poderosa Virgin no Brasil, que lançou no mercado os Mamonas Assassinas e comanda, além da Arsenal, a Midas. Dogão, diz Rick, será lançado, em grande estilo, na segunda quinzena deste mês. Vai soltar os cachorros em músicas irreverentes e algumas de conteúdo político contestatório, bem ao estilo dos Racionais, de Marcelo D2 e Dr Dre, que esse artista virtual, assegura Rick, adora e com as quais seduz as cadelas com cara de gatas, como a vocalista Nega Canja, que com voz rouca repete o refrão: "Dogão é mau/dogão é mau/dogão é mau...uauaua..uauuaua!" Mas não tem cachorrada nesse projeto, garante Rick. "Dogão é do bem e é uma aposta nossa e da Sony Music no combate à pirataria e no teste de um artista virtual, que não reclama de horário, não tem ataques de estrelismo e nunca falta aos compromissos". Mas como Dogão vai combater a pirataria? Para ter acesso a outras faixas que não estão no CD, a clipes antes de serem lançados e a uma comunidade relacionada ao Dogão pela internet, o consumidor terá de pôr o CD original no computador, onde uma senha abre caminho para esse espaço. "Com CD pirata, o fã do Dogão não consegue entrar nesse espaço", diz. No ano passado, cerca de 1,1 bilhão de CDs piratas foram vendidos no mundo, girando US$ 4,5 bilhões, 4% a mais que em 2002, segundo dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (FIIP). Para dar força ao projeto, Rick e a Sony também estão finalizando videoclipes com o Dogão e até desenvolvendo com estilistas das tribos hip hop uma coleção de roupas, a Dog Choppers. O empresário também deverá realizar eventos com o Dogão. Ele, no momento, prepara a turnê Parvo Virose Tour. "O objetivo de lançar o artista virtual em agosto tem a ver com o mês do cachorro louco", diz Rick, que prefere que os humanos fiquem loucos pelo Dogão. É entre os jovens que o latido de Dogão começa a encontrar eco. A Sony vai jogar R$ 500 mil nos amplificadores para que o Dogão aconteça. Do ronco da Harley-Davidson às correntes, Dogão é o próprio retrato dessa geração que se encontrou no rap.

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