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Protestos de cubanos tiram Grammy Latino de Miami

Por Agencia Estado
Atualização:

A entrega do Grammy Latino voltou para Los Angeles. Miami, que em abril tinha sido anunciada como a nova sede do espetáculo, não hospedará a cerimônia por razões de segurança. Michael Greene, presidente da Academia Nacional de Artes e Ciências Discográficas, anunciou hoje a mudança, alegando preocupação com os possíveis protestos organizados pelos exilados cubanos. "Não posso garantir nem a segurança de nossa gente, quanto mais de pessoas de todo o mundo", afirmou. Os Grammys Latinos serão entregues no dia 11 de setembro no Great Western Forum, o Grande Fórum, de Los Angeles. As autoridades municipais de Miami anunciaram no domingo que iriam permitir manifestações a três quadras do local onde a festa ocorreria, a arena American Arlines. No entanto, a Academia pretendia que os manifestantes fossem mantidos a maior distância. Greene recordou os protestos realizados em 1999, quando a tradicional orquestra cubana Los Van Van se apresentou em Miami. Foram atirados projéteis e ovos nos assistentes quando estes chegavam ao teatro, lembrou. O prefeito do condado de Miami Dade, Alex Penelas, ofereceu hoje criar uma barreira de meia quadra entre os manifestantes e a zona de segurança estabelecida para a chegada de artistas e funcionários, mas a oferta não foi suficiente. O presidente revelou que a Academia estudou a mudança do evento para o condado Broward, ao norte da cidade, mas as autoridades locais afirmaram não poder oferecer segurança aos participantes da festa. Um grupo de 60 exilados, opositores do presidente Fidel Castro, planejavam realizar protestos contra a participação de músicos cubanos que vivem na ilha. Estarão presentes na festa: Francisco Céspedes, Chucho Valdés, Issac Delgado, Celina González y Reutilio, e Omara Portuondo. Penelas lamentou o fato dizendo que o evento poderia movimentar até US$ 35 milhões para Miami. Os líderes cívicos da cidade opuseram-se, no ano passado, a uma tentativa de organização do evento baseados em lei que proíbe o condado a negociar com quem negocia com Cuba. O espetáculo foi realizado, então, em Los Angeles. Porém, este ano, um grupo dirigido pelo prefeito Penelas conseguiu o direito de organizar o Grammy ao abolir a lei que faz parte do programa de embargo econômico que os Estados Unidos impõem a Cuba.

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