PUBLICIDADE

Projeto Hors les Murs promove diálogo entre artistas brasileiros e franceses

Concertos celebram a criação contemporânea

Foto do author João Luiz Sampaio
Por João Luiz Sampaio
Atualização:

Desde a sua criação em 1977, o IRCAM tornou-se referência mundial na pesquisa da música contemporânea. Ao longo dos anos, recebeu compositores de diversos países – entre eles, brasileiros. No ano passado, no entanto, a instituição resolveu percorrer o caminho inverso. Criou o projeto Hors les Murs, Fora dos Muros, e realizou um fórum e uma série de concertos na Coreia do Sul. Em 2015, o destino escolhido foi a América Latina. E, depois de passar por Buenos Aires, a equipe desembarca em São Paulo onde, a partir de hoje e até sexta, realiza um fórum e uma série de concertos.

O evento acontece em parceria com a Universidade de São Paulo, a Unicamp e a Unesp. O fórum será realizado no Studio PANaroma, criado pelo compositor Flô Menezes, referência internacional da pesquisa da música eletroacústica. “O Studio, pela estrutura tecnológica, vai abrigar palestras e workshops de composição durante o dia. E, à noite, serão realizados concertos no Sesc Consolação. Também será lançado um DVD duplo, Boulez+, resultado do convite a compositores para que fizessem trabalhos no estúdio com a linguagem eletroacústica”, explica Flô. O DVD também conta com a primeira gravação de Anthèmes II, de Pierre Boulez, fundador do IRCAM. “O IRCAM é a meca da música eletroacústica, símbolo da compreensão da importância da música contemporânea para a cena cultural. É extremamente importante estabelecer esse diálogo, trazê-los para cá e também mostrar o trabalho que estamos desenvolvendo.”

Pierre Boulez. DVD traz gravações do compositor francês Foto: New York Times

Nos concertos, serão apresentadas obras de autores como Alexandre Lusqui, Robert Platz, Tatiana Catanzaro, Sergio Kafejian e do próprio Flô Menezes. Entre os intérpretes, a violoncelista Heloísa Meirelles, a pianista Lidia Bazarian, a flautista Cássia Carrascoza e o violinista Cláudio Cruz. “A música eletroacústica demanda tecnologia e esta, por sua vez, precisa de comunicação constante entre as pessoas, para que trocas possam ser feitas”, diz Frank Madlener, diretor do IRCAM.