Produtores de 'Simonal' contestam declaração de Vanzolini

Compositor disse que cantor 'era dedo duro mesmo', enquanto produtores alegam inexistência de provas

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Por Teresa Ribeiro
Atualização:

O cinema brasileiro acerta seu foco na música e revive antigas polêmicas. Em entrevista à TV Estadão o compositor Paulo Vanzolini - tema da cinebiografia Um Homem de Moral, que estreia nesta sexta, 5, critica o cantor Wilson Simonal cuja vida é retratada no filme Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, que está em cartaz nos cinemas brasileiros desde o dia 15.

 

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Os produtores da cinebiografia sobre Simonal rebatem a seguinte declaração do autor de Ronda e Volta por Cima: "O Simonal era o maior dedo duro mesmo. Não só era como se gabava de ser. Essa recuperação que estão fazendo do Simonal é falsa, por que ele era dedo-duro mesmo".

 

Para Rodrigo Letier da TvZero, produtor executivo do filme sobre Simonal , "o filme é imparcial e esse foi um dos maiores elogios da crítica sobre ele". Letier desafiou o compositor: "vou parafrasear o Chico Anysio em seu depoimento - pergunte se ele (Vanzolini) conhece alguém que tenha sido dedurado pelo Simonal - alguém, filho de alguém, parente de alguém...". Ainda segundo o produtor Roberto Berliner "até agora ninguém se apresentou como tendo sido dedurado pelo Simonal, ninguém provou".

 

Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, dirigido por Claudio Manoel, do grupo Casseta & Planeta, Micael Langer e Calvito Leal já atingiu a marca de 40 mil espectadores, segundo dados da TvZero. Segundo a produtora, o filme foi mais visto no Rio, onde teve público de 26 mil pessoas até agora do que em São Paulo, com registro de 12 mil espectadores.

 

Para o jornalista e crítico de música de O Estado de S. Paulo Lauro Lisboa Garcia, o filme "recupera com dignidade a importância de Simonal para a música brasileira" e traduziu com imparcialidade a questão política. Um de seus destaques é a entrevista exclusiva com o contador de Simonal localizado por meio de um detetive contratado pela produção do filme. Raphael Viviani foi torturado por um segurança do cantor ligado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social), após ter sido demitido por Simonal sob suspeita de que estaria roubando o cantor. Após o episódio, Wilson Simonal (1938- 2000), cantor de sucessos como Sá Marina e Zazueira foi banido do meio artístico no auge da carreira e morreu no ostracismo.

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