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Produtor Roberto Quartin morre no Rio aos 62 anos

Criador da gravadora Forma, Quartin lançou os afro-sambas de Baden e Vinícius, a trilha de Deus e O Diabo e a parceria de Tom e Sinatra

Por Agencia Estado
Atualização:

Morreu ontem aos 62 anos, no Rio, o produtor Roberto Quartin, criador, nos anos 60 da gravadora Forma, que lançou discos seminais como Coisas, de Moacir Santos, as trilhas sonoras de Liberdade Liberdade, peça em que Nara apareceu como cantora, e do filme Deus e O Diabo na Terra do Sol (com Sérgio Ricardo cantando a história), os afro-sambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes e o registro completo, 21 músicas, das sessões de gravação do disco que Tom Jobim e Frank Sinatra, o segundo interpretando as obras-primas do primeiro. A morte foi repentina, de ataque cardíaco, em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste. Seu corpo foi cremado hoje de manhã, na presença da família. Num tempo em que as gravadoras multinacionais estavam descobrindo a música brasileira, Quartin criou a sua própria empresa de discos, para gravar o que ouvia nos bares de Copacabana, onde a bossa nova acontecia. O dinheiro não era muito, mas sobrava garra e faro para revelar grandes músicos. Assim foi com Eumir Deodato, que gravou seu primeiro disco por este selo, Vítor Assis Brasil, o pianista Luiz Carlos Vinhas, do Bossa Três, e Tom Jobim, o pai musical de todos, de quem Quartin era fã e amigo. Os discos fizeram sucesso na época, mas a gravadora não se manteve, tal como aconteceu com a Elenco, irmã por afinidade criada por Aloísio de Oliveira. Quartin vendeu seu catálogo à Universal que não se interessou em editá-los todos em CD. Era um sonho do produtor que se foi sem realizá-lo.

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