Prêmio Visa, nova fase e CDs dos premiados de 2004

O 8.º Prêmio Visa de Música Brasileira dá a largada, ao mesmo tempo em que são lançados os discos dos vencedores do ano passado. Ouça: Perambulando, de Brito Mourinho, de Herz

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Prêmio Visa de Música Brasileira, realizado pela Rádio Eldorado em parceria com a Visa do Brasil, deu hoje a largada para a 8.ª edição. Será a terceira dedicada aos vocalistas. As inscrições podem ser feitas até as 23 horas do dia 15 de maio e a primeira eliminatória será no dia 26 de junho. A ficha está disponível na internet, nos sites www.premiovisa.com.br, radioeldorado.com.br e www.visa.com.br. Os candidatos devem enviar uma gravação em fita cassete ou CD-R, com quatro músicas, cada uma com até cinco minutos. Todas devem ser cantadas em português e compostas por brasileiros, não importa o gênero. Desde a edição passada o nome do prêmio perdeu a sigla MPB e mudou para Música Brasileira, justamente para abranger todos os estilos. "Não há porque não entrar um cantor de rap nesta edição", exemplificou o maestro e pianista Nelson Ayres, presidente do júri, em entrevista coletiva hoje. Também não há limite de idade, como havia nas duas primeiras edições. O valor dos prêmios permanece o mesmo do ano passado: R$ 220 mil. Destes, o primeiro colocado leva R$ 110 mil e ainda ganha a gravação de um CD pela Gravadora Eldorado. O segundo fica com R$ 50 mil, o terceiro embolsa R$ 30 mil, o quarto e o quinto, R$ 5 mil cada. Danilo Brito e Ricardo Herz - Saem os discos dos premiados no 7.º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Instrumental, realizado em 2004, o bandolinista Danilo Brito, de 19 anos, e o violinista Ricardo Herz, de 26 anos. Brito ganhou segundo a pontuação dos jurados e Herz, pela escolha do público. Agora é a vez de conhecer o trabalho dos dois nos discos que trazem boa parte do ótimo repertório que executaram no Visa. Em Perambulando (Gravadora Eldorado), o bandolinista contou com a participação de Altamiro Carrilho, Proveta e Toninho Ferragutti. Das 13 faixas, quatro são inéditas de sua autoria. Nas demais, predominam clássicos como Confidências (Ernesto Nazareth), Espinha de Bacalhau (Severino Araújo) e Recordações (Pixinguinha). Uma das mais bonitas é Choro da Saudade (Agustin Barrios), que Brito toca sozinho por sete minutos. Herz chega com o festivo Violino Popular Brasileiro (independente). Além de dar show-solo no desafiante samba Linha de Passe (João Bosco/Aldir Blanc) e de viajar na delicadeza de Beatriz (Edu Lobo/Chico Buarque), ele teve a contribuição de Hamilton de Holanda em É (Gonzaguinha) e de Dominguinhos no xote Céu (Herz/Ricardo Teperman). Outro destaque de sua autoria é Mourinho, inspirada no baião Mourão, de Guerra Peixe. Ao lado destas duas, Ponteio (Edu Lobo/Capinam), Canto da Ema (Ayres Viana/A.Cavalcanti/João do Vale) e De Volta pro Aconchego (Dominguinhos/Nando Cordel) contribuem para dar forte acento nordestino ao disco. "Adoro forró. Posso dizer que faz parte da minha cultura desde os 17 anos", conta Herz. "Para mim Dominguinhos é um gênio sem igual. Ele tocando forró pode ser comparado com qualquer nome da música mundial. Mas por mais que esse ritmo tenha crescido nos últimos tempos, ainda não tem o respeito que a bossa nova tem, por exemplo. É uma pena." A iniciação musical dos prodígios começou na infância. Ambos paulistanos, têm trajetórias bem diferentes. Na biografia do violinista é relevante o fato de ele ter começado a tocar aos 5 anos e com 8 já empunhava o violino. Bacharel pela ECA-USP, fez aperfeiçoamento em jazz na instituição americana Berklee College of Music. Desde 2002 mora em Paris. A escola de Brito, que nunca saiu do País, é o choro tradicional. Filho e irmão de músicos amadores, começou a dar os primeiros passos musicais aos 6 anos. Com 13 gravou o primeiro CD, Moleque Atrevido (Gravadora Eldorado). Na seqüência da faixa-título - composição do próprio moleque que abria o disco - clássicos e raridades dos peixes grandes: Waldir Azevedo, Chiquinha Gonzaga, K-Ximbinho, Jacob do Bandolim, Ernesto Nazareth, Pixinguinha. "São minhas influências. Posso até tocar outro tipo de música, mas o que me interessa é o choro tradicional", confirma o músico. Para Brito e Herz, que ficou em terceiro lugar na classificação geral, vencer o Prêmio Visa, abriu portas. Quem quiser ver Brito tocando ao vivo, é só ir ao Bar Brahma, na esquina das Avenidas São João e Ipiranga às sextas-feiras (a partir das 19 horas) e domingos (13h30). Herz volta ao Brasil para se apresentar na cidade em abril. Apesar de jovens, ambos revelam domínio técnico e qualidade de interpretação capazes de fazer frente a muito veterano.

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