(Atualizada às 16h16) RIO - Faltavam quatro minutos para as 4h quando o primeiro tiro foi disparado. Partiu da arma de um policial militar à paisana, em direção a um guarda civil, na madrugada deste domingo, 27, para segunda-feira, na saída da Cidade do Rock, arena montada para a realização do Rock in Rio, em Jacarepaguá.
Depois do primeiro disparo, confusão e gritos tomaram a frente da comunidade Vila Autódromo, localizada logo ao lado da Cidade do Rock. Mais tiros, desta vez com bala de borracha. A reportagem do Estado contou 5 deles, enquanto passava no local logo no momento do fato.
De acordo com o registro da ocorrência feito na 16ª DP da Barra da Tijuca, o policial, visivelmente alterado, utilizou a arma para ameaçar ambulantes que vendiam água no entorno da Cidade do Rock. O caso aconteceu próximo a uma viatura da GM-Rio e os agentes tentaram acalmar o PM, pedindo para que baixasse a arma. Após ser abordado pelos agentes, o policial também passou a ameaçá-los com a arma, que estava engatilhada.
Ambulantes que vendiam cerveja, água e refrigerante no local contaram que o policial militar, vestido com uma camiseta do Flamengo, se desentendeu com outro vendedor e, ao ser abordado por um Guarda Civil, fez o primeiro disparo, que acertou a mão do agente municipal.
O policial também foi atingido pelas balas de borracha e rapidamente foi imobilizado por outros oficiais da Guarda Civil. Começou então uma discussão entre os agentes.
O policial militar foi colocado em um micro-ônibus e, após um empurra-empurra, foi direcionado para o 16 DP da Barra. O oficial atingido na mão foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, também na Barra, e passa bem.
O sangue, contudo, ficou ali, marcando o caminho de terra batida que conduzia o público da Estação Rock in Rio do consórcio de ônibus BRT até a Cidade do Rock. A confusão impediu algumas pessoas de saírem do festival por alguns minutos, o suficiente para que eles perdessem a condução até o Terminal Alvorada.
Em nota oficial enviada ao Estado, a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que foi feito "um registro de resistência, ameaça e lesão corporal praticados por um policial militar". O guarda municipal foi autuado por lesão corporal. As armas de ambos foram encaminhadas à perícia e a polícia irá analisar o caso com o uso de imagens de câmeras de segurança instaladas no local.