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Polêmica entre artistas cubanos e Grammy Latino

Por Agencia Estado
Atualização:

As autoridades cubanas acusam a Academia de Artes e Ciências Discográficas dos Estados Unidos, que outorga os prêmios Grammy Latinos de incorporar a hostilidade do governo norte-americano contra Cuba e criar obstáculos para a viagem de 12 de seus artistas indicados ao prêmio para a cerimônia de entrega da 4.ª edição do Grammy Latino esta noite, em Miami. Entre eles, o cantor Ibrahim Ferrer, do grupo Buena Vista Social Club, o pianista Chucho Valdés e o popular grupo Los Van Van. No ano passado, 22 artistas cubanos não conseguiram visto para viajar aos EUA e assistir à 3.ª edição do prêmio. As autoridades norte-americanas disseram que não emitiram os vistos porque a documentação chegou tarde demais. O porta-voz do Departamento de Estado Richard Boucher disse, ontem, que esses pedidos podem demorar até oito semanas, e mais ainda no caso de Cuba, país que está na lista de Washington entre os patrocinadores do terrorismo. Os músicos estão indignados e ofendidos por sua exclusão da cerimônia. O vice-ministro da Cultura de Cuba Abel Acosta culpa também os "mafiosos", nome pelo qual chama os exilados anticastristas radicais que vivem na Flórida. Segundo Acosta, a Academia jamais enviou os convites para que os artistas residentes na ilha pedissem seus vistos. E disse que desde abril vinha alertando a Academia sobre os complicados trâmites que os cubanos enfrentam para conseguir visto de entrada nos Estados Unidos, e da necessidade da carta-convite aos indicados. Manolo Diaz, um dos diretores do Grammy Latino, explicou que o evento não tem conotações políticas. "Setores da comunidade cubana de Miami estão enganados ao afirmarem que certos artistas, que ainda vivem em Cuba, podem ser perigosos, ou fazer propaganda do governo de Fidel Castro. Isso é um absurdo."

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