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Plácido Domingo afirma que trabalhará até o fim da vida

Tenor diz que seria ´prudente´ se aposentar antes de completar 70 anos, em 2011

Por Agencia Estado
Atualização:

O tenor espanhol Plácido Domingo disse que trabalhará até o último dia de vida porque sente uma grande paixão pela música e sente-se obrigado a devolver o carinho recebido do público em seus 50 anos de carreira. "Acho que se Deus me der saúde, vou continuar trabalhando sempre, dirigindo os dois teatros (Ópera de Los Angeles e Ópera Nacional de Washington). É algo que eu não posso abandonar. Minha vida vai ser trabalhar até o último dia", disse o tenor em entrevista publicada hoje no dominical "Pública". No entanto, Domingo adiantou que o mais "prudente" seria parar de cantar ópera antes de completar 70 anos, em janeiro de 2011. O tenor destacou que a tarefa demanda uma energia muito especial e que, depois de se aposentador dos grandes concertos, pretende se dedicar a cantar outros tipos de música, como zarzuelas, operetas e cantigas. Domingo considerou um "milagre" o fato de ainda poder cantar e enfatizou que não precisa mais provar nada a ninguém. Segundo ele, só a sorte de ter tido uma carreira tão longa e bem-sucedida já é motivo de agradecimento eterno. "Não tenho que provar nada. Se neste momento Deus me dissesse ´Plácido, você já não pode mais cantar´, eu cairia de joelhos e agradeceria a tudo o que Ele me deu", declarou. O cantor espanhol disse que será muito honesto consigo mesmo e saberá a hora certa de parar. Mas enquanto este momento não chega, o tenor afirmou ficará contente se o público continuar enchendo os teatros e sair satisfeito do espetáculo. Domingo reconheceu que, em 2006, tomou um susto ao pensar que não poderia mais cantar devido ao problema muscular que teve após participar da versão de "Parsifal", montada por Bob Wilson. Apesar do incidente, Domingo disse que deseja voltar a interpretar a obra de Wagner no próximo ano em Berlim, sob a direção do argentino Daniel Barenboim. O tenor acrescentou que já fez tudo o que era importante em sua carreira, mas que sempre encontra coisas novas para os meses seguintes, como cantar na ópera "Simón Boccanegra" como barítono e na versão para os palcos do filme "A Mosca", com música de Howard Shore e direção cênica do diretor canadense David Cronenberg.

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