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Pixies traz ao Lollapalooza a nova face de uma velha lenda

Baterista David Lovering fala ao ‘Estado’ sobre disco inédito e apresentação no festival

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Os Pixies estão chegando, dessa vez para o Lollapalooza Brasil. A lendária banda que influenciou Pearl Jam, Nirvana e Radiohead toca no domingo, dia 6, no Autódromo de Interlagos, das 17h35 às 18h50. E, o que é melhor: os Pixies têm um disco novo para mostrar após 23 anos, época em que saiu Trompe le Monde (1991).

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Gravado no País de Gales com o produtor Gil Norton, o novo disco, Indie Cindy (lançamento no Brasil da Lab344) chega dez anos após o retorno da banda, mas já com uma baixa: a baixista Kim Deal abandonou o grupo em junho, sendo substituída pela argentina Paz Lechantin.

Indie Cindy, na verdade, aglutina EPs que a banda já estava lançando regularmente na internet, com mais umas gravações adicionais – são 12 faixas.

O núcleo principal do grupo, com Black Francis (vocal e guitarras), Joey Santiago (guitarra) e David Lovering (bateria) permanece o mesmo. De Los Angeles, o baterista Lovering falou sobre a nova fase por telefone ao Estado.

Vocês planejam tocar as novas canções nesse concerto?Sim, vamos tocar 5 ou 6 canções novas, misturadas com as antigas. Estamos tocando cada vez mais canções novas.

Vocês têm uma nova baixista. Ela é argentina. Como funciona o Pixies com Paz Lechantin? É a mesma coisa que com Kim Deal?É um pouquinho diferente. Tudo que aprendi a respeito de tocar em uma banda nas últimas décadas tem a ver com Kim Deal ao meu lado. É como reaprender. Paz Lechantin é uma baixista muito boa. Na verdade, ela é tão boa que me obriga a prestar atenção no jeito que eu toco nos últimos tempos. Ela toca com precisão, canta de um jeito fantástico. Estou muito animado em ir para a América do Sul com ela, porque acho que as plateias que esperam por Kim terão uma surpresa muito boa, vão ficar muito felizes. Não vejo a hora de ver a reação da plateia.

Vocês estão vindo para um festival, Lollapalooza, que é uma filial do festival americano baseado em Chicago no momento. Vocês já tocaram lá?Sim, acho que nós tocamos lá em 2007, se não estou enganado. Mas a versão do festival aqui na América Latina tem sua própria conformação, pelo que ouvi dizer.

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Ouvindo seus discos anteriores, acho que um dos mais diferentes foi Bossanova (1990) até aquele momento. E agora vocês fizeram um outro disco que tem uma sonoridade bastante diferente.Acho que sim. Na verdade, nunca sabemos o que vem a seguir. Acho que todos os três discos que fizemos até 1993 tinham peculiaridades, embora de fato Bossanova tenha sido mais, digamos assim, diferente.

Em Androqueen, há uma bateria bem marcial. Quando você coloca esse tipo de marca numa canção, é uma escolha sua ou é de Black Francis?O jeito que o Pixies funciona é o mesmo desde o primeiro dia, lá atrás, em 1985: Black Francis nos apresenta a canção na guitarra. Então acontece alguma discussão, um pequeno debate. Aí, nós colocamos outras partes na música. Para essas novas canções, fizemos algumas demos e fomos construindo a coisa como um cirurgião, corta aqui, põe ali. Na verdade, Androqueen é uma música que não é muito diferente do jeito clássico de fazermos canções, tem os elementos de sempre. Mas foi interessante passar por todo esse processo de novo, após mais de 20 anos sem gravar. Tudo foi decidido há uns 4 anos, a gente não podia mais ficar tocando por aí sem mostrar nenhuma coisa nova.

Vocês são sempre citados como influência por muitas bandas, desde o Nirvana até o Radiohead. Como lidam com isso, com essa coisa de ser influente?É um elogio bacana, mas não tem um significado muito grande pra mim. Isso é apenas o que nós fazemos, não havia essa intenção de influenciar. Comparo com a minha própria experiência de observar as bandas que tiveram influência em meu estilo: não há o que venerar, eles apenas estavam ali fazendo o que sabiam fazer. Claro que eu aprecio, mas não fico me preenchendo com isso.

Confira a seguir algumas das canções da banda

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