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Piano é tema de série de concertos no CCBB

Por Agencia Estado
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Tem início nesta terça-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil, de São Paulo, uma série de concertos que se ligam por um conceito, ou melhor, um instrumento: o piano. Serão nove recitais - sempre às terças-feiras - que abrem espaço para a música de câmara e têm a intenção de mostrar, de maneira criativa, as vastas possibilidades do instrumento. Em julho, é a voz humana que aparece lado a lado com o piano, com a presença de importantes nomes de diferentes gerações do canto nacional. Quem abre a série O Piano em Nove Terças é a soprano Cláudia Riccittelli, que será acompanhada ao piano por Miguel Proença. Também participa do recital Luiz Afonso "Montanha", primeiro clarinetista da Orquestra Sinfônica Muncipal. No programa, Schumann, Schubert e Villa-Lobos. Uma das principais representantes da nova geração do canto lírico brasileiro, Cláudia Riccittelli vai interpretar as Bachianas Brasileiras n.º 5, de Villa-Lobos, peça que, ela chama a atenção, tem-se tornado uma de suas marcas registradas. "Só neste ano, é a quarta vez que a canto", conta. No ano passado, ela teve a chance de apresentá-la ao lado da Filarmônica de Berlim em sua turnê por São Paulo e Rio, com regência de Claudio Abbado. "Villa-Lobos é, cada vez mais, um compositor muito especial para mim." A outra peça a ser interpretada por Cláudia é Pastor no Rochedo, ciclo de canções de Schubert para piano, clarinete e soprano. "É um Schubert clássico, com muita coloratura", diz Cláudia, para quem o compositor faz uma escrita instrumental para voz, no que, aliás, está uma semelhança com a peça de Villa-Lobos. "Há muitos saltos, as tessituras são bem parecidas e, além disso, nas duas obras, apesar de Villa-Lobos ser mais moderno, há a forte presença de elementos folclóricos." Cantora que vem desenvolvendo carreira interessante no que diz respeito à ópera - no ano passado, interpretou Nedda em I Pagliacci e, na semana que vem, participa de uma montagem de Don Pasquale -, Cláudia vê grandes diferenças entre o repertório operístico e de canções. "Ao fazer música de câmara, o empenho vocal necessário não é tão grande, não há orquestra competindo com você e pode-se cantar com o que chamamos de ´lucro da voz´, de modo mais sutil, explorando diferentes harmonias e coloridos." Ela ressalta que sua interpretação de Schubert é, de certa forma, mozartiana. "Procuro cantar de forma mais humana, mais interpretativa, sem ferir o estilo, levando em consideração o fato de que Schubert era um romântico." Música brasileira - Na semana que vem, a atração é o duo de peso formado por Gilberto Tinetti e Celine Imbert - que fez recentemente o papel de Vênus no Tanhaüser do Teatro Municipal do Rio, recentemente, com sucesso de público e crítica. O programa é bastante eclético, que abre um espaço importante para o repertório brasileiro, com canções de Gounod, Berlioz, Turina, Lorenzo Fernandez, Camargo Guarnieri, Villani Côrtes, Ronaldo Miranda e Ernani Braga. No dia 27, vale a pena dar uma olhada no recital da soprano Niza de Castro Tank com o pianista André Rangel e o flautista Rogério Wolff. Isso porque é sempre bom ver em cena Niza, uma das grandes cantoras líricas brasileiras, ainda mais quando o repertório é composto de algumas de suas especialidades como Villa-Lobos, Mignone e Carlos Gomes. Encerra a primeira etapa da série, no dia 31, o recital de Martha Herr, acompanhada pelo pianista Richard Bishop e o violoncelista Andrey Tchekmazov. Peças de Schumann, Brahms, Berlioz, Rodrigo, Schyler, Popper, Schubert e Ovalle compõem o programa. Instrumentos - A partir de agosto, o piano passa a se juntar com outros instrumentos solistas. No dia 7, é vez de Regina Schlochauer (cravo-piano) e Marcos Khiel (flauta transversal e barroca) - que desenvolveram um expressivo trabalho no ano passado em relação à música de Bach, de quem se lembrava os 250 anos de morte - apresentam, ao lado de Elizabeth Borges (violoncelo barroco), um programa com Bach e Carl Maria Von Weber. Dia 14 é a vez da dupla Heloísa e Amílcar Zani, que interpreta a quatro mãos obras de Debussy, Brahms e Corrêa de Oliveira - coisa rara de se ver no Brasil, seja no que diz respeito ao repertório ou com relação ao piano a quatro mãos. Na semana seguinte, o pianista Giuliano Montini, o trompista Luiz Garcia e a violinista Elisa Fukuda - líder da premiada Camerata Fukuda - tocam Brahms e Beethoven. Para interpretar Brahms, Schumann e Vivaldi, Gilberto Tinetti e Andrey Tchekmazov voltam ao palco do CCBB no dia 28, agora ao lado do violoncelista Zygmunt Kubala, uma semana antes da pianista Vera Astrachan e do saxofonista Roberto Sion fecharem a programação, com peças de Debussy, Ravel, Milhaud, Ginastera, Chopin, Poulenc, Tom Jobim e do próprio Sion. Miguel Proença, Cláudia Riccittelli e Luís Afonso Montanha. Terça(10), às 13 e às 17 horas. R$ 6,00. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, tel. 3113-3600.

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