Pianista lança CD de Villa-Lobos

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Por Agencia Estado
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O pianista João Carlos Assis Brasil tocou muitas vezes a obra de Heitor Villa-Lobos para piano e acha que nosso maior compositor erudito precisa ser mais popularizado. Por isso, ele é o primeiro lançamento erudito do selo Rádio MEC, que estreou em 1999 com Hermeto Pascoal e lançou sambistas veteranos, como Nelson Sargento e Wilson Moreira, e novatos, como a cantora Telma Tavares e o grupo instrumental Sincronia Carioca. Amanhã à noite, Assis Brasil lança o CD num concerto na Sala Cecília Meirelles, no Rio. "Escolhi os grandes sucessos entre as peças compostas para piano, as que têm um lirismo poucas vezes encontrado em obras eruditas. São músicas com uma linguagem ousada que mesmo hoje, 50 anos depois, ainda surpreendem", diz ele. "Exigem muita técnica, mas é fácil transmitir a emoção que Villa quis passar porque, à medida que se vai dominando esse lado, o lirismo transborda." João Carlos, que tem carreira erudita, andou flertando com o jazz, ao registrar peças inéditas de seu irmão, o saxofonista Vítor Assis Brasil, que morreu em 1981, e tocou música popular com Ney Matogrosso, Olívia Byington, Alaíde Costa e Zé Renato. Ele acredita que a maior parte da obra de Villa-Lobos é acessível ao público. "São peças difíceis de tocar, mas fáceis de ouvir, porque nos envolvem. A melodia é rica e não se atém ao discurso normal. Não porque fosse o violoncelo, e não o piano, o instrumento de Villa, mas porque sua obra é assim, cheia de detalhes", ensina. "Algumas dessas músicas, como o Prelúdio das Bachianas n.º 4, ou a Lenda do Caboclo, são mais conhecidas nas versões orquestrais." No concerto de amanhã à noite, Assis Brasil repetirá o repertório do CD, que tem ainda uma composição sua, Improviso em Homenagem a Villa-Lobos. Tom Jobim - Ele avisa que o público certamente reconhecerá algumas passagens das composições. "Todos os grandes músicos populares, a começar por Tom Jobim, beberam na fonte dele, o que é natural, numa obra tão rica em quantidade, qualidade e detalhes", comenta. O selo Rádio MEC tem ainda previstos para 2002 discos da cantora Lucina (ex-parceira de Luli), do pianista Tomás Improta (que nos anos 70 acompanhou os baianos, Chico Buarque, Baden Powell e Elizeth Cardoso), um disco com o compositor João de Aquino reproduzindo o som dos conjuntos e orquestras de baile e do grupo de choro Água de Moringa.

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