Phoenix apresenta o melhor show do primeiro dia de Lollapalooza

Muse é prejudicado por um vocalista afônico; Disclosure faz rave gigante

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Por Jotabê Medeiros , João Paulo Carvalho e
Atualização:

Os altos e baixos nos palco das atrações internacionais do Lollapalooza renderam momentos de energia e uns outros poucos de tédio. No embate final, a rave do Disclosure empatou com o Muse.

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Quase sem voz por conta de uma amigdalite, o cantor do Muse, Matt Bellamy, tentou segurar a onda de show principal. Não ajudou ele incluir no repertório uma canção do Nirvana, 'Lithium', na qual a voz quase não se ouvia. O show abriu com 'New Born', de 2001. Depois, veio 'Plug in Baby' e 'Lithium', bastante comemorada pelos fãs

Mais solar do que sua fase inicial sombria, de bustiê, a barriga descoberta, a cantora neozelandesa Lorde foi a primeira a conseguir encher o palco Interlagos, o menos badalado da turnê, durante sua apresentação. Fisicamente, ela parece uma mistura da atriz Amy Irving com a cantora Tarja Turunen, e exerce um fascínio estranho sobre as garotas.

O momento de transição entre o final do show de Lorde e o meio do show do Phoenix quase causou uma calamidade, por causa do corredor intransitável que se formou, quase com gente pisoteada. Uma das coisas mal planejadas do festival.

O Phoenix foi marcante. A performance, que até começou comportadinha, fez o público se envolver com o indie rock poderoso do grupo francês, a ponto de fazer levantar do chão quem estava ali sentado só para guardar um bom lugar para o show do Muse, que encerra a sequência de shows no palco Skol.

O vocalista Thomas Mars foi uma atração à parte. Além de cantar com uma afinação digna de suspeitas de playback, se entregou por completo ao público. Foi às grades para se aproximar dos fãs, subiu em uma das torres que sustentavam aparelhos de som e iluminação e finalizou a passagem com um mosh, rolando sobre as mãos da plateia por aproximadamente três minutos.

O constraste era visível. Se de um lado do Autódromo de Interlagos vários adolescentes histéricos berravam pelo Muse, não muito distante dali o Disclosure transformava o palco Interlagos em uma grande rave.

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Com direito a fumaça e uma quantidade exorbitante de efeitos visuais, o duo inglês mostrou uma variedade musical absurda: baixo, sintetizador, baterias, microfones e teclados. Tudo isso em alto e bom som, tendo como referência o Chicago House, o Hip Hop americano e o Swing dos anos 1990.

A verdade é que os irmãos Lawrence conquistaram os ouvidos dos mais antenados em música experimental desde 2011. Latch e, principalmente, Settle, lançado no ano passado, são bons exemplos do amadurecimento musical do Disclosure.

Embora grande parte do público tenha migrado para o Palco Interlagos apenas para escapar do Muse, Guy e Howard são os queridinhos da vez. Não há como negar. A turnê dos irmãos está sempre lotada e é cotada para os maiores festivais do mundo.

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