Phil Collins volta sem se comprometer

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Por Agencia Estado
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Ninguém poderia imaginar que o baterista de uma das bandas mais inventivas que o rock já produziu, o Genesis, teria uma carreira-solo tão bem-sucedida. É isso o que Phil Collins vem fazendo há mais de 20 anos. O inglês, de 51 anos, que tem em seu currículo clássicos como Against All Odds, Sussudio e In The Air Tonight, acaba de lançar seu novo disco, Testify. Esse é o primeiro trabalho de músicas inéditas desde Dance Into The Light (96). Entre esses dois CDs, Collins lançou um projeto com uma big band e a premiada trilha sonora do desenho animado da Disney, Tarzan, que lhe rendeu os três principais prêmios do gênero, um Grammy, um Globo de Ouro e um Oscar pela canção You?ll Be In My Heart. O novo CD é um reflexo do atual momento pessoal do compositor. Collins se casou pela terceira vez em 99 e foi morar na Suíça. Logo depois, o casal teve o primeiro filho, Nicholas, o quarto de Collins. O disco está recheado de canções otimistas e de muito romantismo. Isso está explícito em canções como Testify, Come With Me e You Touch My Heart. Junto com as tradicionais baladas, o ouvinte terá a oportunidade de encontrar uma nova empreitada do cantor, uma ligeira introdução à música eletrônica. Duas canções são um prato cheio para os DJs remixarem, It?s Not Too Late e Driving Me Crazy, que lembra as músicas do disco ?moderno? de Eric Clapton, Pilgrim (98). Mas esta nova viagem teve um preço, os fãs do baterista Phil Collins vão sentir falta dos tradicionais arranjos de bateria do músico. Mesmo longe dos Genesis, Collins sempre tentou dar espaço para o instrumento de percussão, mas desta vez o que dominou foi a bateria fabricada no computador. Escute Swing Low e comprove. Na área pop, leia-se tocar nas rádios, três bons momentos do disco: Wake Up Call, Don?t Get Me Started, em raro momento de bateria real, e Can?t Stop Loving You, uma regravação do cantor Leo Sayer, de 1978, e única música não composta por Collins neste CD. Collins divide ainda a composição de The Least You Can Do com um velho companheiro, o guitarrista Daryl Stuermer, que toca em todas as faixas do disco. Mesmo não sendo um grande disco, Testify é sem dúvida o melhor trabalho de Phil Collins desde But Seriously (89). Com este CD, o sétimo da carreira-solo, o cantor prova mais uma vez que ainda é uma voz criativa e um compositor de talento em um mundo pop tão massacrado pelas boy bands, Jennifer Lopez, Christina Aguilera e tantos outros.

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