Petrobrás Música computa inscrições

De um total de 446 projetos, 51% vêm do Sudeste brasileiro. Programa, que já financiou o premiado disco Ouro Negro, de Moacir Santos, busca registrar novos talentos da produção popular ou erudita

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Rio, São Paulo e Minas Gerais são os Estados que mais propostas inscreveram no Programa Petrobrás Música, que destinará R$ 2,5 milhões a projetos de gravação, execução e registro de nossa produção popular ou erudita. Dos 446 inscritos, 288 (ou seja 51%) vieram desses três Estados, enquanto Acre, Amapá, Rondônia e Roraima não enviaram qualquer projeto. A comissão de seleção da estatal, formada por cinco músicos e/ou pesquisadores, começou a trabalhar esta semana e o resultado, que beneficiará a um número mínimo de cinco candidatos (o teto do patrocínio é R$ 500 mil) e a um máximo não estabelecido, será divulgado em outubro desse ano. Apesar de o editorial da empresa ter sido bastante amplo, o coordenador do Programa, José Miguel Wisnik, foi claro ao lançá-lo em abril deste ano. "Vamos evitar o que está acessível ao público e privilegiar o que precisa passar para a história. Trabalharemos com a idéia de acervo vivo", disse ele na ocasião, ressaltando também que a música erudita contemporânea teria uma atenção especial, já que os compositores têm dificuldade até de executar as novas composições. A mensagem foi entendida pelos produtores culturais e um terço deles propuseram projetos visando a esse gênero. Segundo a gerente de Patrocínio da Petrobrás, Lorena Coelho, "75 deles (16%) se caracterizam como gravação de música erudita, mas há a categoria registro sonoro e visual de produções relevantes fora da evidência do mercado visual onde podemos encontrar outros tantos projetos eruditos". Esse item foi o campeão de propostas, 99 projetos (22%), sendo quatro de pesquisa, gravação e execução ao mesmo tempo. Segundo Lorena, tal como ocorreu nos outros programas (Artes Visuais, Artes Cênicas e Cinema), a maior dificuldade da estatal foi conseguir formar a comissão de seleção, pois profissionais conceituados em todas as áreas enviaram suas propostas. Todos os projetos devem ser aprovados na Lei Rouanet e os valores poderão ser negociados com a Petrobrás, mas é permitido o co-patrocínio, o que permitirá ultrapassar o teto de R$ 500 mil por projeto ou que outras empresas entrem no financiamento. Esta é primeira vez que a Petrobrás escolhe seus patrocínios musicais por concorrência. Até aqui, cada produtor enviava sua proposta que era analisada pela empresa. Assim foram financiados os discos Ouro Negro, sobre a obra do saxofonista e maestro Moacir Santos; do violoncelista Antônio Menezes tocando Villa-Lobos, o festival de Música Instrumental Latino-Americana e os livros Na Cadência do Samba e Carnavais de Lan, ambos escritos em parceria com Haroldo Costa. Este ano, além do Programa Petrobrás Música, a empresa destina R$ 4,5 milhões à Orquestra Pró-Música e R$ 2 milhões à série Petrobrás MPB, que foi aberta ontem com um show de Nana Caymmi em Salvador. "Ao todo, são R$ 8 milhões para música", diz Lorena Coelho.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.