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Pearl Jam, o fim de 15 anos de espera

A grande banda sobrevivente do grunge faz shows nesta sexta e no sábado no Pacaembu, com ingressos esgotados há 15 dias

Por Agencia Estado
Atualização:

Após 15 anos de espera, os fãs do grupo terão dois dias para assistir aos shows da banda de Eddie Vedder. Chegam nesta sexta-feira a São Paulo a bordo de um jato privado, com comitiva de 55 pessoas, para dois shows no Pacaembu, sexta e sábado. Os ingressos já estão esgotados há 15 dias. Quando o Pearl Jam surgiu, Kurt Cobain ironizou, dizendo que eles eram raquíticos. A rivalidade entre os dois grandes grupos da chamada era grunge de Seattle teve lances duros, mas Cobain morreu cedo, virou mito e o Pearl Jam seguiu adiante, tornando-se a grande banda sobrevivente do grunge - infinitamente maior do que sua contemporânea Mudhoney, por exemplo, a quem ficou o encargo de abrir seus shows nessa turnê. O Pearl Jam tem o desafio de fazer um show tipo Sessão da Tarde, já que as exigências da administração do Pacaembu fixaram um horário improvável para o rock: o Mudhoney começa às 18h30 e o Pearl Jam às 19h30, terminando por volta de 21h50. A história do Pearl Jam remonta a 1990, em Seattle. A banda que lhe deu origem chamava-se Mother Love Bone, que já tinha o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament, além do baterista Jack Irons. O vocalista, Andrew Wood, morreu de overdose de heroína naquele ano, o que levou o grupo a se reformular. Recrutaram para os vocais um surfista de 25 anos chamado Eddie Vedder, leitor de Kurt Vonnegut, e mudaram de nome. Em 1991, gravaram seu primeiro álbum, Ten, até hoje o maior sucesso de sua carreira, mais de 10 milhões de cópias vendidas. A idéia original de independência levou o Pearl Jam a negar o estrondoso sucesso. Logo após o terceiro disco, Vitalogy (1994), seguiram como se fossem banda indie, abrindo shows da turnê Mirror Ball, de Neil Young. Mantém seu próprio selo discográfico, J Records, e dispõem seus shows na internet horas após sua realização. Essa contradição entre ser um supergrupo e ter consciência política é só aparente, no seu entender. Sua ética inclui inúmeros shows beneficentes (como o recente em prol das vítimas do Furacão Katrina) e ativismo político. No ano passado, Eddie Vedder foi à TV dizer por que seus compatriotas não deveriam apoiar a candidatura de George W. Bush. Agora, o que interessa: o show do grupo. No primeiro concerto de sua turnê latino-americana, no dia 22, em Santiago do Chile, no estádio de San Carlos de Apoquindo, apresentaram suas armas. Eddie Vedder é a alma do negócio, numa banda que combina poderosos riffs de inspiração hardcore com climões do rock pós-punk dos anos 80. Barulhento e melódico, visceral e divertido. Um grande show, e Eddie ainda é um cavalheiro. "Por favor, agradeçam ao outro grupo de Seattle que tocou aqui hoje", pediu. O outro grupo, o Mudhoney, tem uma abordagem demasiado modesta. Cresce em canções como Hate the Police e You Got It, mas não tem acesso à mesma qualidade de som do Pearl Jam. De qualquer modo, saudações a Mark Arm, porque fez um inesquecível show aqui cantando com o MC5, em agosto. Nos sites de compras, como o Mercado Livre, havia ingressos sendo revendidos por preços entre R$ 190 e R$ 210. Um fã conta ter adquirido ingresso de pista em cambista por R$ 300 (custavam entre R$ 80 e R$ 150). É permitida a entrada de menores de 14 anos, desde que acompanhados dos pais ou responsáveis. Acima dessa idade, podem entrar sozinhos. Confira o set list provável do Pearl Jam na América Latina Release Even Flow Given to Fly Whipping Once Ederly Woman Animal Porch Rearviewmirror I Am Mine Behind Jeremy Yellow Leadbetter Black Alive State of Love and Trust I believe in miracles Blood Down Daughter Corduroy Do the Evolution Pear Jam - Estádio do Pacaembu (40 mil pessoas). Pça. Charles Miller, s/n.º, Pacaembu, 6846-6000. Hoje e amanhã, 19h30. R$ 80 a R$ 150.

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