Pearl Jam homenageia Johnny Ramone em São Paulo

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Por Agencia Estado
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O ano de 2005 vai terminando, mas alguns momentos ficarão agradavelmente marcados na história do rock?n?roll no País: o White Stripes no Teatro Amazonas, Iggy Pop na Chácara do Jockey. Na noite desta sexta-feira, no Pacaembu, o Pearl Jam definiu mais alguns desses momentos. Foi fantástico ver o público se esgoelando nos versos das canções épicas do grupo, como Once e Black. Mas foi particularmente tocante quando ele tocou, de forma semi-acústica, Man of the Hour, dedicando-a a um amigo que se foi, Johnny Ramone. Man of the Hour é a belíssima canção que fecha o filme Peixe Grande e Outras Histórias, de Tim Burton, quando morre o pai loroteiro que conta histórias mirabolantes para o filho. ?Essa música é sobre um bom amigo que faleceu ano passado. O nome dele era Johnny Ramone. Eu ainda sinto muita saudade dele?, disse o cantor Eddie Vedder. Em duas horas cronometradas de show, o Pearl Jam deixou para sempre boa impressão nos seus fãs brasileiros. ?Durante anos, nos nossos shows, sempre ficamos impressionados com as bandeiras do Brasil na platéia. Sempre havia brasileiros. É maravilhoso finalmente tocar para todos os brasileiros?, disse o cantor, em português. Depois, celebrou os anfitriões cantando Save You. Tiago Queiroz/AE O grupo fez um show mais acelerado do que de costume, nitidamente preocupado em mostrar o maior número possível de canções no tempo que lhe foi permitido tocar. Fecharam com 25 músicas, às 21h30, hora fixada pela Prefeitura para tudo acabar. Houve problemas em alguns momentos - no meio de Once sumiu o som da guitarra, mas logo retornou. No início do concerto, o cantor viu semelhança climática entre São Paulo e Seattle, de onde veio o grupo: chuva fina e nuvens encobrindo o céu eram a marca da tarde no Pacaembu. Capa plástica de chuva transparente era o uniforme oficial. Mas Vedder desmentiu-se ao final, dizendo que na verdade as cidades não eram tão parecidas assim. ?São Paulo é melhor.? O show teve a capacidade máxima de público, 40 mil pessoas. A banda entrou pouco antes das 19h30 no palco, tocando Don?t Go, depois Hail Hail e Animal. A claridade do dia ainda não deixava que as imagens no telão fossem visíveis. Em português, com um pequeno tropeção (esqueceu-se da frase que decorara), Vedder se dirigiu à platéia: ?Esperamos para ver todos vocês... com uma cara fantástica.? Tiago Queiroz/AE O som, que começou fraco, foi melhorando e já na terceira música estava mais digno de um show de arena, mas com pequenos deslizes técnicos. Nessa altura, Vedder já vestira aquele que ficou convencionado como o ?uniforme? do grunge de Seattle: uma camisa xadrez de flanela vermelha. No final, fez um pequeno ?cooper? no meio do corredor de seguranças plantado no meio da pista do Pacaembu. Também tomou uma garrafa de vinho no gargalo durante o concerto, repetindo um gesto que fez desde que iniciou sua turnê latino-americana, no Chile, no dia 22. O público saiu satisfeito, mas não completamente convencido das novas exigências de shows no Pacaembu. O prefeito José Serra foi ?homenageado? com um corinho das arquibancadas quando Vedder saiu do palco. A banda volta a tocar no Pacaembu neste sábado e encerra a turnê brasileira domingo no Rio de Janeiro.

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