Pavarotti, o mais polêmico dos tenores

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Por Agencia Estado
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O tenor italiano Luciano Pavarotti é, acima de tudo, uma figura polêmica. Muito já se falou sobre sua postura como cantor que não conhece o papel que está cantando e sobre suas relações com o fisco italiano e com as mulheres. O fato é que, de certa forma, Pavarotti encarna as críticas feitas ao concerto Os Três Tenores, dividindo público e crítica entre a adoração e o repúdio. Filho de um padeiro da cidade de Modena, Pavarotti mostrou desde cedo grande aptidão para os esportes, especialmente para o futebol. Com o tempo, porém, os discos de grandes tenores da época como Schipa, Martinelli, Gigli e Caruso que seu pai levava para casa, acabaram por influenciar o jovem Pavarotti a estudar música. Ele fez sua estréia em ópera como Rodolfo, em La Bohme. Na ocasião foi visitado, nos camarins, por Titto Schippa, um dos principais tenores da época. Por onde cantava era ouvido por pessoas influentes, que o levavam para outras cidades e países. Foi dessa forma que em pouco tempo cantou em Viena, Amsterdã, Londres e Barcelona, entre outras cidades. O sucesso em Londres o levou para Glyndebourne onde, durante apresentação da ópera Idomeneo, de Mozart, conheceu a soprano Joan Sutherland e o maestro Richard Bonynge, que teriam papel fundamental em sua carreira. A estréia no Scala de Milão ocorreu em 1965, quando Karajan o convidou para interpretar Rodolfo em nova produção de La Bohme. Desde então, não parou mais. A década de 80 reservou a Pavarotti momentos não muito agradáveis. Em 1982, pela primeira vez em sua vida, foi vaiado pelo público do Scala, de Milão, durante récita de Lucia de Lamermmoor. Em 1984, a soprano italiana Renata Scotto, em sua biografia Mais Que uma Diva, faz alusões a Pavarotti como um preguiçoso, que não gosta de ensaiar, não sabe ler partitura e não conhece ópera direito. Na década seguinte, envolveu-se em dois escândalos: fugiu com a amante, deixando sua mulher, e foi acusado pela Receita Federal italiana de evasão fiscal. Atualmente, além de apresentações esporádicas em casas de ópera, dá continuidade a uma série de concertos com estrelas do mundo pop, como U2, Ricky Martin, Spice Girls, entre outros.

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