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Pato Fu lança "Ruído Rosa" em São Paulo

A banda faz na cidade dois shows deseu novo CD. O primeiro, hoje, no Sesc Interlagos, terá preços populares. Na quinta, eles sobem ao palco do Directv

Por Agencia Estado
Atualização:

Os 128 japoneses já são mais de 300. É um exército de olhinhos puxados. Sem eles, não existiria uma banda chamada Pato Fu. "Continuamos sendo quatro músicos que tocamos cercados por um monte de japonesinhos", conta Ricardo Koctus, baixista do grupo. Está tudo bem com a saúde mental do músico. Ele não tem febre e muito menos vê duendes orientais pelo palco. Pequenos samurais é a forma carinhosa com que os músicos se referem aos samplers e outras aporrinholas modernosas que acompanham a banda há quase dez anos. Cheio de intimidades com tecnologias de estúdio, o Pato Fu, primeiro grupo de rock digital do País, chega a São Paulo para lançar seu recente disco Ruído Rosa. São dois shows em locais e circunstâncias bem diversas. O primeiro, mais descontraído e descompromissado, é hoje, no Palco do Lago do Sesc Interlagos, a partir das 14 h. Ingressos, a preços quase simbólicos, valem de R$ 2 a R$ 5.O segundo é para valer. É a turnê rosa que passa pela cidade depois de quase um ano desde que o grupo se apresentou por aqui pela última vez. Quinta-feira, a partir das 21h30, eles comparecem ao DirecTV Music Hall. Preços, nada simbólicos, estarão entre R$ 30 e R$ 50. Do disco novo, oito das 13 canções estão garantidas. De certo Ruído Rosa, Ando Meio Desligado e Tolices. O show abre com Eu, a tal "música de trabalho", e fecha com Sorria, Você Está Sendo Filmado. No bis, há um trechinho da também nova Tribunal de Causas Realmente Pequenas e a derradeira Meu Mundo é Uma Privada, do primeiro disco Rotomusic Liquidificapum, 1993. Não dá para falar de Pato Fu sem falar de mundo digital. Os músicos reconhecem que sofrem de uma dependência quase química dos recursos modernos. "Trabalhamos com isso desde 1990. Não piso em um pedal de efeito (analógico) há dez anos", conta o baixista, que prefere novidades digitais aos velhos aparelhos. Foi assim que Ruído Rosa fora concebido. Tudo na base do Pro Tools e de outros programas digitais de última geração. Resultado? É o mais álbum mais rock-and- roll e maduro da trajetória da banda. "Existem pessoas conservadores que jamais se adaptaram à tecnologia e são essas que fazem as críticas mais maldosas", conta Koctus. "Ele virou crente!" - Foi também assim que o show fora concebido. As imagens no telão, por exemplo, serão acionadas pelos músicos enquanto estiverem tocando seus instrumentos. Um toque do baterista Xande no ton esquerdo e uma nova cena é exibida. Um novo efeito ligado na guitarra de John e lá vem outra imagem nova. Há seqüenciadores com efeitos sonoros o tempo todo. As músicas são cheias de ruídos que só podem ser feitos por computadores. No entanto, não cometa o pecado de chamá-los de cantores de videokê. A vocalista Fernanda Takay não sofre da síndrome de Britney Spears e tudo o que canta é real. Um risco eminente ao se tocar com samplers é o atropelamento. Ele acontece assim que um integrante vacila e se perde no meio da música. Como tudo é pré-programado para que os efeitos entrem na hora certa, ser tecnicamente preciso é uma condição básica. "Se acontecer de alguém se perder, simplesmente desligamos o sampler e continuamos a tocar. Ninguém percebe. Não compromete nossa criatividade e podemos improvisar também. Só que temos o tempo certinho para fazer isso. Com o Pato Fu funciona assim. Aprendemos assim", define o músico. No recente show que fizeram no Rio de Janeiro, a banda tocou com João Barone e Bi Ribeiro, do Paralamas do Sucesso. Pensaram em trazê-los para São Paulo, mas, com a morte do titã Marcelo Fromer, mudaram os planos. "Ainda não acertamos nenhuma participação para São Paulo", conta o baixista. Koctus é o integrante mais discreto da banda. Nas fotos, é o que está sempre lá no fundo, fazendo cara de conteúdo. Ele deu esta entrevista ao JT, por telefone, no consultório de um dentista que o esperava para fazer o serviço. Antes de "enfrentar" o doutor, falou sobre as recentes perdas do pop nacional. "O Rappa não é o mesmo sem o Yuca, o Herbert se acidentou, Fromer morreu. Todos os grandes estão saindo de cena. E o Rodolfo, que virou crente! Cara, se ele virou, qualquer um pode virar!" Pato Fu. Hoje, às 14 h, no Sesc Interlagos (Av. Manoel Alves Soares, 1.100. Tel.: 5662-9500). de R$ 2 a R$ 5. Quinta, às 21h30, no DirecTV Music Hall (Av Jamaris, 213. Tel. 5643-2500) De R$ 30 a R$ 50.

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