Paco de Lucía contribuiu com grandes nomes do cinema

Deixou sua marca em 'Kill Bill', de Quentin Tarantino, com 'Malagueña Salerosa'

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Por Luiz Carlos Merten
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Paco morreu nesta madrugada, no México, aos 66 anos. Costuma-se dizer que o flamenco capta a alma da Espanha como o fado, a de Portugal e o samba, a do Brasil. Identificado com a região de Andaluzia, o flamenco não é só uma música, mas também uma dança. Suas origens remontam a diferentes culturas - cigana, mourisca, árabe e judaica. É um produto impuro, da miscigenação. Dançarinos de flamenco são especiais - os homens são másculos, as mulheres exalam sensualidade. E as mãos - elas executam uma dança própria no ar. Pode-se ficar magnetizado só com os movimentos das mãos, enquanto a dança é executada.

Começou só cantada, depois veio o acompanhamento de violão ou guitarra e, finalmente, o baile. Esses três movimentos - cante, toque e baile - podem, eventualmente, ser dissociados. Existe flamenco sem cante, mas sem toque e baile é difícil. É muito cinematográfico, e o cinema muitas vezes fez apelo a Paco de Lucía.

Foram muitas trilhas - para Stephen Frears (The Hit), Woody Allen (Vicky Cristina Barcelona) e até Quentin Tarantino, ou você se esqueceu de Malagueña Salerosa em Kill Bill? Em 2004, Paco de Lucía recebeu o prêmio Príncipe de Astúrias por sua contribuição à arte da Espanha. Como artista, permanecia enraizado na tradição, mas buscava novos territórios - coisas novas que não tinha medo de transpor para o flamenco. Em 2010, o flamenco fopi declarado patrimônio da humanidade pela Unesco. Na tela e no tablado, Paco de Lucía contribuiu para esse reconhecimento.

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