Oswaldinho do Acordeon lança "Um Bom Forró"

Músico faz show do seu novo álbum em São Paulo, no Canto da Ema, hoje

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O cantor, compositor e arranjador carioca Oswaldinho do Acordeon está lançando seu 20.° álbum de carreira, intitulado Um Bom Forró (Kuarup Discos) e o show de estréia será hoje, no palco do Canto da Ema. O show terá participações especiais de Miltinho Edilberto, Arleno Farias, Trio Sabiá e do grupo Rastapé. Filho de Pedro Sertanejo, músico pioneiro na apresentação do forró ao público paulista, Oswaldinho começou tocando ao lado do pai e mais tarde estudou na Itália. Também tocou com Jackson do Pandeiro na gravadora e no salão de dança que Pedro Sertanejo mantinha no bairro do Belenzinho. Depois disso, já bastante conhecido no meio musical, foi tocar com Caetano Veloso, Raul Seixas, Elba Ramalho e Milton Nascimento. Falando sobre a ótima escola que teve, Oswaldinho faz questão de ressaltar o papel de seu pai: "Ele tocava a sanfoninha de 8 baixos e, quando me ensinou esse instrumento, me deu a minha arma de guerra para a vida toda. Ele também foi um marco do forró, pois sofreu até o público paulistano entender que aquilo não era só música de periferia, plantando, assim, em 1965, as sementes desse Forró Universitário." Em seu trabalho solo, dividido entre a música cantada e a instrumental - no mês que vem ele deve lançar o instrumental Hipnose pela mesma gravadora -, Oswaldinho tem se destacado pela busca de uma modernização harmoniosa e sem sobressaltos da tradição musical brasileira (sobretudo, da nordestina). No lançamento Um Bom Forró, em que o fundamental é o caráter dançante das canções, essa busca se percebe no fraseado da sanfona e na maneira de conduzir harmonicamente os xotes, cocos e baiões do que nas próprias composições, de feições tradicionais. Quase todas as músicas satisfazem plenamente a proposta de servir à dança e encontram seu maior interesse na variedade, pois trazem os temperos particulares de autores como Dominguinhos e Anastácia, João Silva, Teca Calazans, Lenine e o próprio Oswaldinho. Vale a pena ouvir com atenção Olhos d´Água (de Aulo Sílvio Brás) e o pot-pourri feito com músicas menos lembradas do repertório de Jackson do Pandeiro, que foi um mestre para Oswaldinho. "Conheci muito o Jackson, com quem até gravei na gravadora de meu pai. Ele me dava a maior força, dizendo que eu seria um grande artista, e me ensinava a distinguir melhor os ritmos nordestinos, que ele dominava como ninguém." Oswaldinho tem credenciais para definir o que é "um bom forró": "Um bom forró é aquele que tem suingue para se dançar. Um bom forró tem de ter sanfona, triângulo, zabumba e cheiro de chão". Oswaldinho do Acordeon. Hoje, às 22h. Canto da Ema (A. Faria Lima, 364, tel. 3034-6169). Ingressos: R$ 16 (homens) e R$ 10 (mulheres).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.