Osesp lança temporada 2021 com Beethoven, Stravinsky e Piazzolla

Grupo espera que, até março, vacinação contemple a maior parte de seu público

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Por João Luiz Sampaio
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A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) lançou nesta quinta-feira, 10, sua temporada de apresentações para 2021. O grupo, que até fevereiro fará concertos com limitação de público e de número de músicos na Sala São Paulo, resolveu manter a programação para o próximo ano como imaginada antes da pandemia.

“Optamos por deixá-la como está e lidar com as questões à medida em que elas aparecerem”, explicou o diretor artístico Arthur Nestrovski. “Não queríamos desmontar o ano programado com antecedência sem saber se será preciso. Vamos ver o quanto a gente consegue manter como planejado, mas acho que há motivos para acreditar que boa parte do que planejamos não precisará ser remanejada.”

Ensaio da Osesp fotografado em outubro de 2020, na Sala São Paulo; orquestra anunciou temporada 2021 Foto: Mariana Garcia

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A decisão influenciou também na venda de assinaturas, que deverá começar apenas em fevereiro. Segundo Marcelo Lopes, diretor executivo da Fundação Osesp, a expectativa é de que, com o plano de vacinação anunciado pelo governo do Estado, “a maior parte de nosso público já estará imunizada até o final de março”. “Até lá teremos um quadro melhor para tomar uma decisão a esse respeito”, afirmou. Para Nestrovski, uma solução para evitar mudanças no repertório seria a vacinação antecipada dos músicos da orquestra. 

A programação de 2020 da Osesp teve como tema os 250 anos de Beethoven – e a agenda de 2021 também terá o compositor como fio condutor. Concertos que estavam previstos para este ano foram transferidos para a próxima temporada. É o caso da integral da obra para violoncelo e piano do compositor, com Antonio Meneses e Ricardo Castro, e das sonatas para piano com Paul Lewis, por exemplo.

Além disso, o ano está baseado em alguns ciclos, com obras apresentadas ao longo de toda a temporada. A orquestra vai celebrar o centenário de Astor Piazzolla, com a participação de Sergio Tiempo e Nelson Goerner, entre outros artistas. Outro aniversário a ser lembrado será o de 50 anos de morte de Igor Stravinsky, com obras como O Pássaro de Fogo, Petrushka e a Sagração da Primavera, todas em março.

Uma das novidades do ano é a criação do ciclo Escolha do Maestro: a cada ano, o diretor musical e regente titular Thierry Fischer (que ficará em São Paulo durante 20 semanas em 2021) escolherá um compositor, cujas obras serão apresentadas em todas as séries de concertos dos grupos da Fundação Osesp.

O primeiro escolhido foi o francês Camille Saint-Saëns, de quem se lembra o centenário de morte. “É um compositor do qual já fiz um ciclo completo com a Sinfônica de Utah e cuja obra, a cada interpretação, revela algo de novo”, explicou o maestro. Entre os destaques do ciclo, está o Concerto para violino nº 3 com Renaud Capuçon como solista.

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A partir de 2021, a Osesp também passa a manter contato mais próximo com a América Latina. Para Nestrovski, a orquestra precisa se assumir como representativa de todo o continente. Por conta disso, a pianista venezuelana Gabriela Montero será a artista em residência da temporada e o compositor argentino Esteban Benzecry, o compositor visitante.

Entre as encomendas de obras, estão uma abertura orquestral de Rodrigo Morte e o Concerto para trombone de Chick Corea, parceria com a Filarmônica de Nova York e a Sinfônica de Nashville, entre outros grupos. Caio Facó será o primeiro compositor residente do Quarteto Osesp.

Outros destaques do ano incluem a ópera A Voz Humana, de Poulenc, com a mezzo soprano Anna Caterina Antonnacci; e a presença de artistas como a violinista Isabelle Faust, o pianista Víkingur Ólafsson e o flautista Emmanuel Pahud.

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