Osesp busca assistente para Neschling

A orquestra, que concorreu ao Grammy de Crossover de Erudito e Popular pelo disco Jobim Sinfônico, quer um regente que acompanhe os ensaios e eventualmente assuma a batuta

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Por Agencia Estado
Atualização:

A segunda edição do Concurso de Regência da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo começa com uma só pergunta pairando no ar. Há exatamente um ano, a primeira edição acabou sem vencedor, irritando alguns participantes e uma parcela do público que praticamente lotou a Sala São Paulo para acompanhar as provas finais. E agora, será que vai? A primeira edição do concurso esteve envolta em uma série de mal-entendidos. Realizada pouco tempo depois da saída do maestro Roberto Minczuk do posto de diretor-artístico e regente-titular-adjunto, deu a entender a muitos que o objetivo seria encontrar seu substituto. Não é. A idéia é dar ao maestro John Neschling um assistente que funcione como um estagiário, acompanhando diariamente os ensaios da orquestra e, eventualmente, assumindo a batuta em casos de emergência. Até por isso não convenceu a todos a declaração do maestro Neschling, após o fim das provas, de que nenhum candidato estaria à altura do posto. E, mais, se o júri e a orquestra - que também tem direito a voto - estavam de tal forma desapontados com o desempenho dos candidatos, porque deixá-los chegar a uma final e não eliminá-los logo nas diversas provas classificatórias? Também não agradou muito o comentário do maestro que, em coletiva realizada ao lado dos finalistas, falou na possibilidade de expandir o campo de atuação do concurso para além da América Latina. "O que ele quer dizer? Que não existe nenhum jovem regente em todo continente capaz de assumir o posto?", disse na época um dos candidatos, que preferiu não ser identificado. Para este ano, o leque foi mesmo ampliado, as inscrições estiveram abertas para regentes de todo o mundo, mas fluentes em português ou espanhol. Ainda assim, a grande maioria é de latino-americanos: três argentinos, um venezuelano, um chileno e seis brasileiros. O único candidato de fora vem do Japão. Eles brigam por um contrato de um ano e por um prêmio de R$ 16 mil. E serão julgados por um júri presidido por Neschling e formado pelos maestros Alun Francis (Inglaterra), Gabriel Chmura (Polônia) e Roberto Duarte (Brasil). Como no ano passado, os músicos da orquestra também têm direito a voto. O concurso também está aberto ao público. Hoje é o dia da primeira fase, na qual o júri pede aos candidatos que interpretem uma das obras previstas: uma seleção de sinfonias de Haydn e o Don Juan de Strauss. Amanhã, segunda fase - e a interpretação de uma peça encomendada especialmente a um autor brasileiro, de sinfonias de Beethoven, de concertos de Stravinsky ou de trechos do Fausto, de Gounod, e A Flauta Mágica, de Mozart. Na final, no sábado, estão Dumbarton Oaks, de Stravinsky, e sinfonias de Brahms e Schumann. 2.º Concurso de Regência. Sala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, s/nº, 3337-5414. Hoje e amanhã, das 9h30 às 13h e das 14h às 17h; sábado, 10h. R$ 5 por período.

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