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Osesp apresenta violinista alemão

Saschko Gawriloff vai interpretar Concerto Para Violino e Orquestra de Dvorak, uma obra fortemente romântica, sob a regência de Roberto Minczuk

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a presença de um dos grandes violinistas em atividade atualmente, o alemão Saschko Gawriloff, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo faz, quinta e sábado, na Sala São Paulo, concertos com peças de Ravel, Debussy e Dvorak. Sob a regência de Roberto Minczuk, o grupo abre as apresentações com Alborada del Gracioso, de Ravel, composta entre 1904 e 1905. Na seqüência, Gawriloff e a orquestra interpretam o Concerto Para Violino e Orquestra de Dvorak, um dos mais destacados compositores checos. Datada de 1880, a peça foi composta para o importante violinista Joseph Joachim que, no entanto, nunca chegou a tocá-la, apesar de ter sido intérprete recorrente de muitas das peças escritas pelo compositor para formações de câmara. "Essa peça é muito interessante; Dvorak inspirou-se bastante nas raízes folclóricas de seu país", lembra o violinista que, antes de vir ao Brasil, interpretou a peça em Tóquio, numa apresentação que incluiu também o Concerto Para Violino de Brahms. "Quando soube que não iria mais tocar o Concerto de Ligeti, como estava previsto, optei pelo de Dvorak, pois acredito que ele se encaixa melhor na proposta do concerto". A peça exige, por parte do solista, um grande virtuosismo. "É muito bonita, fortemente romântica." Abrem a segunda parte os Noturnos (Nuvens, Festas e Sereias), de Claude Debussy, compostos em um momento em que os gêneros artísticos procuravam inspiração entre si. Para compô-los, Debussy inspirou-se nos Noturnos, do artista plástico Whistler. Encerra as apresentações Daphnes et Chloé, peça composta por Ravel para os Ballets Russos de Diaghilev e que reconta a história de uma lenda grega em que o pastor Daphnis apaixona-se pela ninfa Chloé. Raptada por piratas, ela é trazida de volta a ele pela intervenção do deus Pã. História - O nome de Gawriloff é comumente associado à história da música contemporânea, da qual ele participa ativamente, estreando e interpretando peças de compositores como Kagel, Maderna, Rihm, Schnittke e Ligeti. Aliás, Gawriloff foi responsável pela estréia mundial do Concerto Para Violino e Orquestra, de Ligeti, em 1992. "Conheci Ligeti ainda jovem, quando esteve na Alemanha para estudar. É, além de um compositor brilhante, um ser humano bastante interessante", lembra o violinista, que foi uma personagem decisiva na composição da peça. "Sugeri a ele que fizesse um concerto para violino e orquestra mas ele não queria fazer só por fazer." Alguns anos depois, o compositor informou a Gawriloff que havia concluído a peça. "O resultado é magnífico, a peça é incrível e já a interpretei mais de cem vezes", conta, sem deixar de se surpreender com o fato de uma composição contemporânea conseguir tamanho destaque e longevidade. "Normalmente são tocadas uma, duas, até cinco vezes, mas é só." Para Gawriloff, a música contemporânea precisa de certo tempo antes de ser completamente compreendida e apreciada. "Há 25 anos atrás, na Alemanha, um concerto que fizéssemos com música contemporânea ficaria praticamente vazio; hoje a situação é diferente". Ele afirma, no entanto, que pouco se preocupa com o período ou estilo da música. "O que vale para mim é boa música, não importa se romântica, clássica, barroca ou contemporânea." Para ele, o mais importante é o sentimento. "Quando dou aulas, encontro alunos que são tecnicamente perfeitos mas não sentem o que tocam, o que é uma pena." Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Amanhã (13), às 21 horas; sábado, às 16h30. De R$ 10 a R$ 30. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/n.º, tel. 3337-5414

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