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Os segredos da turnê de Madonna

Ela fará 7 shows da Drowned World Tour na região de NY, e o primeiro será hoje, no Madison Square Garden. Até setembro sua turnê vai arrecadar US$ 50 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

O fato de que a Drowned World Tour já havia passado pela Europa parece não ter diminuído a expectativa em relação aos shows nos Estados Unidos. Madonna faz hoje no Madison Square Garden a primeira de uma série de sete apresentações na região de Nova York - uma movimentação que está sendo observada em detalhes pela imprensa e que deve manter ocupadas uma série de empresas de vendas de ingressos nos próximos dias. Não é para menos: a turnê deve arrecadar pelo menos US$ 50 milhões até setembro. A pop star teria chegado no domingo a Nova York, depois de seus dois primeiros shows nos Estados Unidos (na Filadélfia), e passou os últimos dias mantendo um perfil discreto. Na preparação para o que devem ser as apresentações mais importantes da fase americana da turnê, ela resolveu substituir uma parte do figurino inicial (ela trocou o kilt vermelho com top de uma manga só por um conjunto em preto-e-branco) e uma das músicas (You´ll See deve aparecer no lugar de Gone). Com a chegada da turnê nos Estados Unidos, uma série de detalhes sobre a produção começa a ser revelada. Dois jumbos 747 e oito caminhões estão sendo utilizados para transportar as quase 200 pessoas que participam da produção, sendo que mais 100 são contratadas em cada cidade para ajudar a montar a estrutura do palco, que tem quase 500 metros quadrados. Um verdadeiro cenário de Guerra nas Estrelas é montado embaixo do palco para controlar os elevadores e efeitos especiais do show, controlados por Mike McKnight, técnico que já participou de outras turnês de Madonna e que foi tirado da Elevation Tour, do U2, há poucos meses. Ela revelou que não faria a turnê caso ele não aceitasse o trabalho. As nove semanas de ensaios incluíram muito trabalho intenso tanto para a pop star, que estava tomando lições de guitarra com o texano Monte Pittman (que é o guitarrista do show), quanto para a equipe, que enfrentou dúvidas sobre o formato da banda e a saída de profissionais importantes no meio do processo. As cantoras de apoio Niki Haris e Donna DeLori, que já fizeram outras três séries de shows com a pop star, revelaram que não confiavam totalmente no potencial da banda no início, principalmente por conta da idade de alguns dos músicos: o tecladista Stuart Price tem 23 anos e Pittman, 25. A concepção sonora do show, por sinal, é extremamente complexa. Os produtores William Orbit e Mirwais e os engenheiros de som Pat McCarthy e Mike "Spike" Tent participaram da criação do "casamento" entre o som de estúdio criado para os discos Ray of Light e Music e os instrumentos ao vivo. São mais de 100 elementos funcionando ao mesmo tempo em cada música, com a utilização de um equipamento sonoro inédito, que tem menos caixas de som e mais potência do que o que tem sido visto em boa parte dos megashows atuais. Talvez o mais intrigante aspecto da Drowned World Tour seja a composição dos looks. "Este show é uma interpretação teatral da minha música", diz Madonna no release oficial da turnê. "Busquei inspiração em muitas coisas: artes marciais, flamenco, country, punk, rock, butô e circo." Assim, diferentes profissionais foram envolvidos na produção de cada seção do show. Arianne Phillips, a produtora de moda que tem criado os looks de Madonna em videoclipes e apresentações ao vivo nos últimos anos, foi quem costurou todos os elementos. "Ela queria resgatar personagens criados em seus vídeos e levá-los para o palco", diz Phillips. As duas conceberam juntas o look de abertura do show, composto por kilt sobre calças de inspiração sadomasoquista e top rasgado. "A idéia era Debbie Harry encontra a sensibilidade do punk rock´ e é uma homenagem à fase inicial da carreira de Madonna", diz a produtora. "Acho que é divertido e dá muita flexibilidade a ela." Detalhe: a banda também usa kilts nesta parte. O segundo look, em que a cantora aparece como uma geisha, foi criado por Phillips e Jean Paul Gaultier e contém um quimono com mangas de vários metros de comprimento. A inspiração do quadro é a coreógrafa Martha Graham, com quem Madonna estudou quando chegou a Nova York, no fim dos anos 70. Samurais e uma peruca preta completam a imagem. O look "cyber cowboy" foi desenvolvido pelos estilistas canadenses Dean e Dan Caten, que comandam em Milão a marca Dsquared, e cuja última coleção masculina impressionou a cantora. A dupla define a roupa, que foi usada no vídeo de Don´t Tell Me, como "chic acidental". A pop star usa uma camisa de couro e calça jeans suja de lama, com aplicações de cristal. Os dois irmãos dizem que Madonna é "inspiradora e real". "Ela é muito precisa e sabe o que quer." De acordo com os estilistas, a cantora percebeu quando eles fizeram uma camisa um centímetro mais larga do que o combinado. Por fim, Gaultier também é o criador do último look do show, de inspiração espanhola. O francês, que havia desenhado os figurinos da turnê Blonde Ambition, fez um vestido longo com listras em que as costas aparecem cobertas apenas por tiras. A roupa é usada com calças para facilitar a movimentação da cantora.

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