Ópera argentina cativa a Suíça com coreografia brasileira

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Por Agencia Estado
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Embora estreada há dois anos, a ópera Maria de Buenos Aires, que tem música de Astor Piazzolla, continua sendo sucesso, na sua reprise, no Teatro da cidade de Berna, capital suíça. Mas a razão dos aplausos de um público entusiasta é a mistura do tango argentino com a fascinante coreografia do brasileiro Antonio Gomes e do suíço Felix Duméril. Não adianta procurar informações sobre Antonio Gomes no Brasil. Sua carreira apenas começou no balé do Teatro Municipal de São Paulo, mas se desenvolveu no Grande Teatro de Genebra, com o coreógrafo Oscar Araiz. A partir de 81, Antonio Gomes se tornou também coreógrafo e seu repertório tem sido apresentado na França, Alemanha, Suíça, Argentina. A criação Maria de Buenos Aires, com outro jovem diretor, Felix Duméril, diretor do Teatro de Berna, ocorreu há dois anos. A estréia provocou críticas entusiastas dos jornais suíços e, ainda esta semana, a capital suíça vibra com o bandoneon do jovem argentino Michael Zisman. Maria de Buenos Aires é uma ópera-tango, criada em homenagem à capital argentina, no começo da carreira de Piazzolla, em 68, mas suas canções surrealistas, valorizadas por uma visão moderna de Buenos com os dançarinos de Gomes e Duméril tornam-se atuais, mesmo com as provocações finais de uma Maria que ressuscita pelo nascimento. O libreto de Horacio Ferrer mistura o espanhol da gíria portenha com o clássico, com gosto de Rimbaud e a seriedade dos dramas gregos. O coreógrafo Felix Duméril, que também foi astro de balé, já havia montado para o Bern Ballet outra peça de Piazzolla, o Concerto para Bandoneon e Orquestra. Para garantir a autenticidade, o tango de Piazzolla é tocado por um grupo argentino de Berna, o Quinteto 676 Nuevo Tango e os principais bailarinos são argentinos, com um narrador e dançarino extraordinário, Raul Valdez.

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