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Omara Portuondo anuncia sua última grande turnê sem despedidas definitivas

A intérprete, um dos expoentes máximos vivo da música tradicional da ilha, vai viajar para mais de 15 países acompanhada por um quarteto

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Por Redação
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HAVANA - Omara Portuondo vai embarcar em abril na que será sua última grande turnê mundial que no entanto não representará a despedida definitiva dos cenários internacionais para a lenda viva da música cubana, que completa 89 anos em novembro próximo.

"Ninguém falou em aposentadoria, eu nasci para fazer isso e continuarei nos palcos enquanto puder", disse Portuondo (nascida em 1930 em Havana) em uma entrevista à imprensa. A turnê Último Beijo da diva incansável do Buena Vista Social Club começará com nove concertos nos EUA e continua em maio por vários países da Europa e Ásia, incluindo Espanha, França, Reino Unido, Holanda, Hungria, Rússia, Coreia do Sul e Cingapura.

A cantora cubana Omara Portuondo Foto: Alexandre Meneghini/ Reuters

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"Essa turnê não é o último adeus ao palco internacional, mas será a última vez que Omara Portuondo vai se apresentar em países distantes como Cingapura ou Turquia", explicou o representante e filho da cantora, Ariel Jimenez. Jiménez insistiu que sua mãe "tem mais energia do que muitos jovens" e disse que, a partir de outubro, a turnê chegará a países da América Latina, como México e Argentina.

A intérprete, um dos expoentes máximos vivo da música tradicional da ilha, vai viajar para mais de 15 países acompanhada por um quarteto de nomes bem conhecidos na cena do jazz em Cuba: o pianista Roberto Fonseca, baixista Yandy Martinez, baterista Ruly Herrera e Andrés Coayo na percussão.

Fonseca já dividiu o palco em numerosas ocasiões com Portuondo, que atuou como convidada em vários espetáculos do instrumentista e compositor, conhecido por destacar as tradições afro-cubanos em sua música.

Durante o tour, Portuondo vai apresentar um repertório de clássicos que "em sua voz nunca tem o mesmo som duas vezes", disse Fonseca, para o qual não "é um peso dar uma parada em sua carreira" quase um ano para acompanhar a chamada Novia del Filin (do inglês feeling, sentimento), um gênero de música cubana nascido na década de 1940.

Em dezembro próximo a artista octogenária fará uma parada em sua Havana natal para apresentar um grande concerto no qual cantará várias músicas de um álbum no qual está trabalhando com Fonseca.

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No novo álbum, o pianista disse que as gravações são feitas "em função de Omara" e "apenas para ela desfrutar" de "versões atualizadas" de canções antológicas como a famosa Guantanamera e temas de Silvio Rodríguez.

Incansável em seus quase 90 anos, Omara Portuondo também trabalha com a tradicional orquestra Failde num fonograma dedicada ao 100º aniversário do lendário Benny Moré.

A discografia de Portuondo, Prêmio Nacional de Música de 2006, soma quase trinta álbuns desde 1958, ano em que estreou seu primeiro trabalho de estúdio, o hoje mítico hoje Magia Negra.

Em 2009 ela ganhou um Grammy Latino na categoria de música tropical para o seu álbum "Gracias", recebeu o prêmio do Gran Teatro de La Habana de 2011 das mãos da bailarina Alicia Alonso e em 2018 foi premiada com o título de Doutora Honoris Causa em Arte por sua contribuição "transcendental" à cultura cubana.

Seu álbum "Omara sempre" foi indicado para um Grammy Latino em 2018 e em janeiro passado ela acompanhou a cantora Joss Stone na primeira apresentação da britânica na ilha dentro do programa do festival Jazz Plaza, em Havana. / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

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