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OER tem programação ambiciosa

Sob a direção de Jamil Maluf, orquestra vai participar em 2003 de três óperas, além de ter uma programação de concertos sinfônicos que passa a integrar a temporada de assinaturas do Teatro Municipal

Por Agencia Estado
Atualização:

A Orquestra Experimental de Repertório participará este ano de três montagens de ópera, além de ter uma programação de concertos sinfônicos que passa a fazer parte da temporada de assinaturas do Municipal de São Paulo - no ano passado, entraram no pacote apenas as récitas de João e Maria. Sob direção do maestro Jamil Maluf, o grupo montou uma agenda que tem como principal característica a diversidade de estilos e gêneros. "Foi um processo consciente. Quis evitar, e encontrei respaldo do maestro Levin, uma programação monocórdica. E acho que, de uma forma geral, esta é uma das principais marcas da programação do teatro como um todo, o que me deixa bastante animado", diz Maluf. A primeira ópera a ser montada pela OER será O Chapéu de Palha de Florença, uma das dez escritas pelo italiano Nino Rotta, conhecido especialmente por sua colaboração com o cineasta e seu conterrâneo Federico Fellini. "Foi uma parceria tão genial que acabou obscurecendo o resto da produção de Rotta que, além das trilhas para o cinema, escreveu obras sinfônicas, concertos e óperas." A peça, na verdade, já foi montada pela própria Experimental de Repertório em 1993, quando se falava de um projeto - que não foi para frente - de se transformar o teatro Paulo Eiró em um espaço de experimentação da ópera em São Paulo. Será a primeira vez, no entanto, que será executada no Teatro Municipal, passando a fazer parte de seu repertório. O elenco é basicamente o mesmo, com artistas como a meio-soprano Regina Elena Mesquita e o barítono Sandro Christopher. A segunda ópera será Édipo Rei, de Stravinski, com a meio-soprano Celine Imbert como Jocasta e o tenor Fernando Portari no papel-título. "É o elenco ideal para uma ópera da fase neoclássica de Stravinski. Trata-se de uma peça curta, de 55 minutos, mas extremamente intensa, cortante, obsessiva." A produção, com estréia prevista para junho, ainda não tem diretor cênico definido. Os Contos de Hoffmann, de Jacques Offenbach, encerra a temporada do teatro. Maluf trata a montagem como uma superprodução - o que se justifica pelo tamanho do elenco, pela sua duração (quatro atos e um prólogo) e pelo fato de que cada um dos atos leva o público para um ambiente totalmente diferentes, desde um bar em Nuremberg até um prostíbulo veneziano. A produção terá como base a versão de Michael Kaye que, após anos e anos de cortes e adaptações da ópera - Offenbach morreu antes de completá-la -, preparou na década de 90 uma edição crítica da obra, baseada nos manuscritos originais do compositor encontradas em meio a um calhamaço de partituras leiloadas em Paris. "Minha intenção é trazer Kaye ao Brasil para um seminário sobre sua versão da ópera." O elenco dos Contos está quase todo definido. Fernando Portari será Hoffmann e Denise de Freitas cantará o papel de Nicklausse. As sopranos Andrea Ferreira, Claudia Riccitelli e Luciana Bueno serão, respectivamente, Olympia, Antonia e Giulietta. Sandro Christopher interpreta os quatro vilões. Com a temporada sinfônica, a OER também presta homenagem a Berlioz e Prokofiev. Do primeiro, toca a obra Haroldo na Itália e, do segundo, concertos para piano, com a participação do pianista Dang Thai Son. A música brasileira estará representada por obras de Jorge Antunes (Abertura da ópera Olga), Camargo Guarnieri (Suíte Vila Rica) e Alberto Nepomuceno (Doze Canções Estrangeiras, na orquestração de Rodolfo Coelho de Souza e interpretação da meio-soprano Denise de Freitas). O grupo fará também duas apresentações na Via Funchal: uma com a trilha do filme Senhor dos Anéis e outro com O Pássaro de Fogo, de Stravinski, com participação da Imago Cia. de Animação.

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