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Oasis prepara-se para tocar no Brasil

Em entrevista ao Grupo Estado, Noel Gallagher disse gostar da música mas não da personalidade de Lennon e elogiou o líder do The Who, Pete Townshend

Por Agencia Estado
Atualização:

Menino de subúrbio inglês, ex-carregador de instrumentos da banda de rock Inspiral Carpets, Noel Gallagher acaba de comprar uma casa de US$ 1,2 milhão em Londres. Ganha rios de dinheiro como líder da banda Oasis, uma máquina de hits de rock e de encrencas - que ele geralmente protagoniza com o irmão, Liam, o cantor do grupo. "Quando eu comecei, o que me influenciou foram duas bandas: Beatles e Stone Roses", disse Noel Gallagher sem pestanejar, em entrevista, na semana passada. "Nesse nosso novo álbum ao vivo, Familiar to Millions, nós escolhemos gravar mais uma canção dos Beatles, Helter Skelter, porque já estamos cansados de tocar I´m the Walrus - há dez anos fazemos isso", explicou. "Como compositor e letrista, John Lennon foi o melhor do rock, mas como pessoa não era um dos meus preferidos", disse Gallagher, que não soube explicar como um disco dos Beatles (a coletânea 1, recém-lançada) bateu todos os lançamentos do ano e entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes. "Não tem explicação, mas é uma coisa muito legal, porque mostra que a boa música não envelhece." Um outro músico que Noel Gallagher confessa estar entre suas preferências é Pete Townshend, o mítico guitarrista do The Who. Ele esteve na platéia do show do Who há duas semanas, no Royal Albert Hall. "Ele é um dos grandes", elogia Gallagher, que não costuma elogiar muita gente. "A maneira como eu escolho os músicos de que gosto é muito simples: ou eu gosto ou eu não gosto", explica, com seu jeito meio blasé. O guitarrista soltou um sonoro "uau" quando soube que poderá tocar para até 200 mil pessoas em janeiro, no Rock in Rio. "Eu me sinto confortável tanto tocando para um estádio cheio, como foi o caso dos shows em Wembley, quanto em um pequeno bar", diz. "O importante é que a platéia esteja quente e que tudo funcione direito." "Provavelmente, o show será o mesmo que fizemos este ano e que é a base do disco ao vivo", contou Noel. "É muito complicado e há pouco tempo para ensaiarmos um novo show, mas talvez toquemos uma ou outra canção nova, quem sabe?", ele avisa. A aparente incompatibilidade entre os irmãos Gallagher parece forjada, às vezes, e é insuflada pelos empresários, pela mídia e pelos próprios. Um exemplo? Em Familiar to Millions (Sony Music), por exemplo, eles travam um curioso (e "natural") embate. Antes de tocar Live Forever, Liam surge com seu estilo fanfarrão de sempre, ameaçando parar com tudo. "Esta é a última canção que iremos tocar... Bem, tem sido um ano um pouco esquisito", vai dizendo. Ouve-se então o irmão dele, Noel, ao fundo, atônito. "Ele disse que essa é a última?", vocifera. "Não estou cansado de andar por aí fazendo shows, muito pelo contrário, mas acho que há gente no grupo que está", diz Noel, que às vezes passa do estilo conciliador para o acusatório. Mas não explica muito bem as coisas. "Eu tive de deixar por um breve período a banda na Europa, mas jamais saí do grupo", ele conta, comentando incidente recente com o grupo. "Mas não dá para explicar isso assim, numa entrevista, porque é muito mais complicado do que isso; o que posso dizer é que eu gosto do meu irmão, não temos nenhum problema de relacionamento que não seja comum entre irmãos", ele afirma.

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