O rapper milionário 50 Cent faz show em SP

Influente, polêmico, encrenqueiro, o rapper da vez nos Estados Unidos fala sobre sua vida e carreira antes do show que fará em SP, no dia 18

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Por Agencia Estado
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Ele tem nove cicatrizes de balas no corpo e algumas outras tantas de facadas. Preso e indiciado em algumas oportunidades, Curtis Jackson já revidou diversas vezes. A última foi em fevereiro, em New Jersey, onde andou dando uns tiros de revólver a esmo. Apesar da pouca idade (tem 28 anos), é um homem marcado - não só pela violência e pelo crime, como também pelo sucesso. Curtis Jackson é o nome real do rapper mais influente dos Estados Unidos no momento, apelidado de 50 Cent (lê-se fifty cents). Por ironia do destino, 50 Cent é agora um homem rico. Seu disco de estréia, Get Rich or Die Tryin (Fique Rico ou Morra Tentando) vendeu mais de 10 milhões de exemplares. Em sua edição de agosto, a revista Q o elegeu um dos dez artistas mais importantes dos Estados Unidos na atualidade. E o desenho animado cult Os Simpsons acaba de ter um episódio produzido com 50 Cent como convidado especial, Pranksta Rap (que estréia só no ano que vem). Uma honraria que, até agora, só tiveram Stones, U2, Aerosmith e Michael Jackson. 50 Cent e seu coletivo de hip hop, o G-Unit, tocam em São Paulo, no Pacaembu, no dia 18, numa jornada que terá ainda Marcelo D2, O Rappa, Negra Li e Rappin´ Hood. O controverso rapper 50 Cent (que está lançando amanhã, pelo seu selo, o disco Straight Outta Cashville, de Young Buck, do G-Unit) falou com a reportagem, por telefone, na semana passada, de Nova York. Você levou nove tiros e algumas facadas e sobreviveu. Você ficou mais próximo das coisas espirituais depois disso tudo? Algumas coisas simplesmente não têm explicação. Isso é mais do que sorte, você não acha? Depois daquilo, não fiquei mais espiritualista nem nada disso. Eu me sinto apenas como se tivesse uma razão a mais para viver. Sinto algo mais positivo em viver. No mundo todo, você tem uma reputação de encrenqueiro. O que você pensa disso? Todo mundo tem uma opinião, mesmo sem saber exatamente sobre o quê. Eu tive problemas no meu passado, não foi uma vida normalzinha. Eles não me conhecem e falam sobre minha vida. Não sabem quem eu sou. E quem é 50 Cent, em suas palavras? Apenas um jovem sujeito que montou um selo para lançar artistas criativos, o G-Unit Records. Fiz um disco que vendeu milhões de cópias em apenas uma semana. Tenho um passado violento, que vai ser contado em um filme. Dei aos produtores de A Família Soprano a história da minha vida e vão filmá-la. Também tenho um novo disco que está para ser lançado. O que você costuma ouvir em casa? Hip hop? Gosto de jazz e soul music. Mas só da velha escola: Stevie Wonder, Marvin Gaye. Um monte do que se faz no hip hop hoje vem desse som. Música é reciclagem. Admiro Ray Charles, foi o maior performer de todos, mas não tenho nenhum disco dele em casa. Ouviu o novo disco dos Beastie Boys? O que achou? Eles são incríveis. Antes mesmo de minha estréia em disco, costumava conversar muito com eles. Beastie Boys e Run DMC estavam presentes no início de minha carreira, e eu os respeito. O novo disco deles é o máximo. Como será esse novo disco? O primeiro foi um álbum muito ligado à minha experiência de vida naquela época. O novo será diferente. Desde então, tive a oportunidade de ir a muitos lugares, conheci muitas pessoas e culturas. O novo disco vai refletir isso. Nos Estados Unidos, nós somos conhecidos, temos grandes platéias. Muito underground. Sei que, no Brasil, somos underground. Então, vamos tocar com muita energia, tudo que temos no repertório e canções do novo álbum também. O que você achou de ser homenageado pelos Simpsons? Gosto do desenho, mas não vejo muito, não acompanho os episódios. Outro dia, estava em Glasgow (Escócia) e estava passando, mas não entendi nada. Eles falavam em outra língua (risos). Chimera Music Festival. 50 Cent. 18 de setembro. Estádio do Pacaembu (Pça. Charles Miller, s/nº). 20h. Ingressos na bilheteria do estádio e no Morumbi, Canindé e Ginásio do Ibirapuera (de seg. a sáb., das 11h às 17h), ou pelo www.ingressofacil.com.br. De R$ 30 e R$ 100. Até quinta, com promoção (desconto de até 40% para quem levar um quilo de alimento não-perecível)

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