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O pop fashion do grupo belga Vive la Fête

Preferida de estilistas como Karl Lagerfeld, a banda da cantora e ex-modelo Els Pynoo e de Danny Mommens, se apresenta no Brasil na quinta e na sexta

Por Agencia Estado
Atualização:

Música e mundo fashion nunca viveram um romance tão tórrido. Munidos de canções que evocam aquele pop francês dos anos 60 (que teve Serge Gainsbourg e Jane Birkin como Rei e Rainha), recheado de gritos eróticos e sussurros indecentes, o grupo belga Vive la Fête ganhou o coração de estilistas famosos. O alemão Karl Lagerfeld declara abertamente sua paixão. Walter van Beirendonck pagou uma grana preta para tê-los (e à sua canção Je Ne Veux Pas) na sua passarela em Paris. O Vive la Fête é basicamente um casal: a loiraça belzebu Els Pynoo, 1m80 de altura, e seu namorado, o músico e produtor Danny Mommens. Ela canta, ele faz os truques. Sempre têm três músicos agregados, e é assim que sobem quinta-feira no palco na The Week (para um show fechado) e na sexta (para o público em geral). Com hits como Noir Désir, fazem performances magnéticas. Danny Mommens é uma espécie de cientista maluco da música belga. Além do Vive la Fête, ele também é o baixista da banda cult dEUS e encabeça outros dois projetos, o Sexmachines, de rock?n?roll, e o Jesus Christ, de heavy rock. O grupo está desde domingo no Brasil, hospedado em um hotel de Higienópolis, em São Paulo. No domingo, parte dele foi ver o jogo contra a Austrália no Jockey. Els e Danny só foram jantar. Na segunda, foram à Vila Madalena. Há alguns dias, por telefone, Els Pynoo falou ao Estado de Bruxelas (ela vive no campo, em Ghent, a meia hora da capital). Você já esteve no Brasil em 2004, cantando no Abril Pro Rock, no Recife. Como foi aquele show? Foi super bom! Era minha primeira vez no Brasil, ficamos cinco dias lá. Recife é muito bonita, todo mundo é muito simpático. Uma coisa sobre o Brasil é que as pessoas não têm complexo disso ou daquilo. Foi uma surpresa. Porque, aqui na Europa, todo mundo é muito arrogante, se acham muito superiores. No Brasil, as pessoas são gentis. Compramos muito discos, algumas compilações, mas sabe que não lembro de nome algum? É muito complicado para mim! (risos). Quase todo resenhista que escreve sobre vocês lembra de sua proximidade com Serge Gainsbourg e aquele tipo de música francesa pop dos anos 60. Você concorda com essa relação? Sim. Adoro o sentimento dos anos 60. Principalmente aquele tipo de erotismo naïf, ingênuo. A música de Gainsbourg, de Brigitte Bardot, tudo aquilo me atrai e é muito natural para mim porque escuto desde criança. É o meu gosto. Mas nossa música também tem muito dos anos 80, da new wave. Você é muito comparada também a Jane Birkin. Foi influenciada por ela? Sim, por causa do jeito que ela canta. É natural, muito honesta, muito especial. Não sou uma cantora de escola, de carreira, assim como ela. Sou mais parecida com ela do que, por exemplo, com Madonna. Jane sempre foi mais alternativa, mais autêntica e pessoal. Como você começou a cantar? Eu sempre cantei, mas nunca numa banda. Cantava no banheiro, andando de bicicleta, lavando os pratos. Mas foi Danny quem me ouviu e teve a idéia. Ele gravou minha voz num gravador e então teve a idéia do Vive la Fête por causa do efeito que ouviu. Foi assim que começou. Você consegue explicar por que atrai tanto os estilistas, o pessoal da moda? Não compreendo. Nós fizemos nossa primeira canção há 9 anos. Tocou no rádio, alguém ouviu, e imediatamente chegou às passarelas. É um tipo de música única, particular, mas não acho que seja feita sob medida para um desfile. Seria chato se fosse o único destino de uma canção. De qualquer modo, gosto de ver o efeito num desfile de moda. É completamente diferente, por causa da imagem. Eu gosto muito da moda, das criações de moda.

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