PUBLICIDADE

O melhor de "Duets" são os compadres de Compay

Por Agencia Estado
Atualização:

Tinha tudo para ser meio bizarro. Afinal, colocar um honorável artista como o senhor Francisco Repilado para cantar com... Antonio Banderas? Com o néo-rumbeiro alemão Lou Bega? Com o astro da raï music, o argelino Khaled? Quem teria tido essa idéia? Mas o sr. Repilado, mais conhecido como Compay, não se faz de rogado. Os duos com as estrelas internacionais não são mesmo o forte do disco Duets, o novo trabalho de Compay que a Warner Music põe nas lojas em abril. São os compadres, como Eliades Ochoa (na faixa Chan Chan), que fazem a diferença. Envolvida numa percussão irresistível, característica da grife Buena Vista Social Club, a canção é de longe a mais charmosa do conjunto. Com as cantoras do Duo Evocación, o violonista Compay ensina o caminho do ritmo, na canção Viejos Sones de Santiago. Com o veterano chansonier francês Charles Aznavour, ele canta Morir de Amor, num clima de cabaré internacional, de festa da Resistência, quase uma jam etílica movida a acordeão. Com o irmão, Basilio Repilado, ele canta a divertida Linda Graciela. "Arriba, muchachos!", conclama Compay. "Estão dormindo?" E aciona a farra. "Não há no mundo outra mulher que me suporte, minha paixão de menino." Canta também com a diva Omara Portuondo, Pablo Milanes, a veterana cubana Martirio e Pio Levya, Santiago Auserón e Felix Valoy. E é maravilhoso o coro que ele empunha com a cabo-verdiana Cesaria Evora (apesar do kitsch que é a citação orquestral de Eleanor Rigby, dos Beatles). Aos 94 anos, essa é a homenagem da comunidade da música internacional para Compay. Ninguém merece mais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.