O fenômeno Elvis, 25 anos depois

Um quarto de século após sua morte, que será lembrada nesta sexta, o rei do rock continua sendo uma mina de ouro. Uma legião de fãs celebra sua arte com lançamentos, especiais, filmes e remixes

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Por Agencia Estado
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Um pouco menos de conversa, um pouco mais de ação. O refrão da música de Elvis, A Little less Conversation, é o que mais se ouve no rádio atualmente. Sucesso de 1968 (foi escrita por Mac Davis e Billy Strange para o filme Live a Little, Love a Little), foi ressuscitado como remix neste verão europeu pelo DJ holandês JLX e mostra um pouco do notável e atual carisma do artista de Tupelo. E pensar que foi um single desprezado de Elvis em seu tempo. Na sexta-feira, celebram-se (ou lamentam-se, como seria mais adequado) os 25 anos da morte de Elvis, que morreu aos 42 anos de um ataque do coração. A cidade de Memphis, onde fica a casa que foi dele, espera receber 75 mil peregrinos da elvismania de entre amanhã e sexta-feira, um recorde. Um quarto de século após seu desaparecimento, ele continua sendo uma mina de ouro para seus investidores. Lista da Forbes mostra que ele é o mais rentável artista morto, ganhando de Charles Schulz (o criador do Charlie Brown, segundo colocado) e John Lennon. "Pense sobre as marcas que são ícones do nosso tempo, como Coca-Cola, General Motors, companhias que possuem esses ubíquos símbolos; eu acho que Elvis é uma marca como essa", disse Joe DiMuro, vice-presidente de Marketing da BMG escalado para dirigir o ano Elvis. Compreender o fenômeno Elvis Presley continua algo complicado, já que o culto supera as barreiras do tempo. Atualmente, segundo levantamento da Harry Interactive feito por esses dias, 10% dos americanos já foram à casa de Elvis, o museu kitsch de Graceland (uma em cada dez pessoas), render-lhe tributo. A onda Elvis de nostalgia varre o globo. No Brasil, a GNT exibe na sexta-feira, às 21 horas, o documentário A Memphis de Elvis. E, assim como foi com a coletânea 1, dos Beatles, que bateu todos os recordes de vendagem em 2000, agora é a vez de Elvis. A BMG coloca nas lojas, no dia 23 de setembro, a coletânea Elvis: 30 Hits n.º 1. Apesar da atestada popularidade de Elvis, sua herança não tem sido bem administrada. Os especialistas apontam baixa qualidade na exploração do seu catálogo (hoje em mãos da BMG) e o descuido com a edição de compilações do seu trabalho. Na última década, Elvis vendeu 18 milhões de discos nos Estados Unidos. Para fins de comparação, artistas menores venderam muito mais, gente como Backstreet Boys (28 milhões de discos) ou o vaqueiro Garth Brooks (54 milhões de álbuns). "Ouvir o Elvis pela primeira vez foi como fugir da prisão", afirmou Bob Dylan. "Ele abriu a porta para a música negra", reconheceu Little Richard.

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