Novo disco do duo Figueroas externa ainda mais a efervescência da lambada e da cumbia

Álbum é o sucessor de Lambada Quente, lançado em 2015

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Por João Paulo Carvalho
Atualização:

Há tempos, a música brasileira não tinha uma sonoridade tão peculiar e alto-astral. Com uma mistura de forró e lambada, a dupla Figueroas, que acaba de lançar o disco Swing Veneno, o segundo da carreira, fez o que poucos grupos da cena alternativa conseguiram até aqui nos últimos anos: realizar um trabalho de qualidade e, ao mesmo tempo, divertido. 

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“Acho que nossa função também é deixar a coisa menos sisuda. De uns tempos para cá, a cena indie ficou mais careta e engessada. O som da banda resgata origens da música popular brasileira de maneira irreverente”, diz Dinho Zampier. “Nossa música mescla elementos, é verdadeira e majoritariamente brasileira”, complementa Givly Simons.

Dinho Zampier e Givly Simons formam o duo responsável pela música, digamos, “esculachada”, do Figueroas. Boneca Selvagem, primeira composição de trabalho do novo disco, contou com a participação especial de Manoel Cordeiro, mestre da guitarra amazônica. 

O duo de Maceió. Givly Simons (E) e Dinho Zampier em SP Foto: Sergio Castro/Estadão

As 10 faixas de Swing Veneno misturam elementos da lambada, do carimbó, da cumbia e até mesmo do chamado “brega-raiz”. O álbum é o sucessor de Lambada Quente, lançado em 2015. “O povo tem uma imagem distorcida do forró. Em Maceió, Alagoas, de onde viemos, a regionalidade fala mais alto e as pessoas conseguem usufruir melhor a essência de uma música tão importante para aquele povo”, afirma Dinho.

O visual do Figueroas equilibra-se entre o retrô, o cafona e o tosco. Algo similar a Hermes e Renato. É difícil dizer se tudo ali é uma grande brincadeira ou se, de fato, o duo leva aquilo a sério. “A brincadeira sempre esteve em nosso DNA. Não tem como negar”, diz Givly.

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