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Nova promessa de Goiânia, Carne Doce estreia em São Paulo

Banda criada pelo casal Macloys Aquino e Salma Jô representa a estética descompromissada da nova MPB

Por Pedro Antunes
Atualização:
Carne Doce é de Goiânia. Câmera (dir.) é de Minas Gerais Foto: Divulgação

De um pequeno encontro num inferninho, em 7 de fevereiro de 2009, veio o primeiro beijo. Menos de um mês depois, eles já moravam juntos. Assim nasceu o Carne Doce, ainda antes de o casal Salma Jô e Macloys Aquino pensar em fundar uma banda. De 2009 até 2012, cada um deles participava de outras bandas. Aquino, na Mersault e a Máquina de Escrever, e Jô era cantora do Gallo Power. Quando ambos ficaram sem os respectivos grupos, o casal se juntou. De uma ideia de verso aqui, um acorde acolá, enfim, nasceu o instigante grupo, atualmente uma das figuras mais promissoras da música goiana. Hoje como quinteto, formado por Aquino (guitarra), Jô (voz), João Victor Santana (guitarra e sintetizador), Ricardo Machado (bateria) e Aderson Maia (baixo), a banda estreia neste domingo, 8, em São Paulo, com apresentação no Sesc Belenzinho.

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Goiânia, por sinal, desponta no cenário independente como bola da vez. Depois de ser considerada a capital brasileira do sertanejo e do stoner rock, a cidade ressurge como uma árvore cheia de bons frutos para o futuro da música nacional. Em 2013, o quarteto Boogarins abriu os olhos do País para a cena musical da cidade e, após o estouro do grupo, com mais de uma centena de shows no exterior no ano passado, novos nomes pipocam em busca de um merecido lugar ao sol. "Entendo que o Boogarins inaugurou um novo momento estético", analisa Aquino. "Eles conseguiram coisas que nenhuma banda havia conseguido ainda. Principalmente na velocidade com a qual eles conseguiram (em dois anos), seja no sentido de projeção, seja no sentido estético da música, sem perder a identidade brasileira deles."

Com o Carne Doce, que lançou o primeiro disco, homônimo, no fim de 2014 (em formato digital), não há rótulos. Rock? Talvez. As guitarras estão lá, assim como críticas ao mundo ao redor, ao preconceito, o bucolismo, escapismo, sexo, fetiches, paixões. A voz de Jô, contudo, foge de qualquer estilo previamente ouvido nos últimos anos. Contralto com alcances agudos surpreendentes, gritos angustiantes em versos extremamente confessionais. "Sinto-me mais confortável em escrever a respeito do que eu sinto", explica a vocalista. O projeto, nascido das manhãs, tardes e noites do casal compondo, cresceu. "Mas ainda sinto a nossa forma de ver o mundo", disse Jô.

Ouça na íntegra o disco de estreia do Carne Doce:

CARNE DOCE

Sesc Belenzinho. Teatro. R. Padre Adelino, 1.000, Belenzinho. Tel.: 2076-9700. De R$ 6 a R$ 25. Hoje, às 18h.

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