"Nova Alanis" sobe nas paradas dos EUA

A cantora Avril Lavigne, canadense de 17 anos, faz o tipo rebelde, indo na contramão da tendência patricinha encarnada por Britney Spears e seus clones

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Por Agencia Estado
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Uma cantora canadense sobe rapidamente nas paradas americanas e decreta o fim da era das "princesas do pop". Avril Lavigne, de apenas 17 anos, vem sendo chamada de "a nova Alanis Morissette", já que, além da voz poderosa, ainda compõe as próprias músicas e toca guitarra (e é canadense). A menina, cujo disco Let Go já está nas dez mais da Billboard, odeia Britney Spears, faz questão de usar as próprias roupas em sessões de fotos e não quer fazer filmes ou comerciais. Será o fim da monotonia no pop? Lavigne nasceu em uma cidade chamada Napanee, na província de Ontario, de apenas 5 mil habitantes. Filha de rígidos pais cristãos, ela tinha como diversão cantar na igreja ("Mas não no coral, porque queria cantar sozinha", diz) e em feiras de música country. Percebendo o talento, os pais incentivaram os estudos musicais e acabaram concordando em mandar a menina de 15 anos para Nova York para gravar uma fita demo com um produtor. Enquanto trabalhava nas primeiras composições, ela foi contratada pelo presidente da Arista Records, o poderoso produtor L.A. Reid. Nas últimas semanas, o rosto de Lavigne vem aparecendo em todas as revistas americanas: a superexposição de Britney Spears e seus clones deixou a imprensa faminta por um nome que fuja do padrão "boazinha" que tomou conta do pop nos últimos tempos. Ao contrário delas, a canadense gosta de punk rock, cresceu ouvindo Goo Goo Dolls, se veste com roupas de skatista e não está muito preocupada com a imagem. "Eu entendo que sou diferente delas", disse Lavigne em entrevista à Planet Pop, em Nova York. "Elas fizeram sucesso com aquela fórmula e fico feliz que parecem estar se divertindo, mas eu não sou assim, gosto de escrever músicas _ e músicas que são honestas e verdadeiras. É como uma terapia para mim e acho que é legal para os fãs, porque eles podem se identificar. É uma coisa muito diferente de toda essa onda pop." Nas fotos, Lavigne parece uma mistura de Fiona Apple com Alicia Silverstone, mas, ao vivo, ela aparenta ter menos de 17 anos, trazendo no rosto espinhas típicas da idade. Ainda sobre as "concorrentes", ela garante que não quer servir de exemplo para ninguém. "Não me preocupo com isso, não vou colocar uma máscara", diz. "Se as pessoas não gostarem do que sou, azar deles. Mas acho que sou um bom exemplo." Ela tem apenas uma definição para estrelas que fingem ser virgens, por exemplo. "Elas são retardadas!" A cantora passou um ano trabalhando em Let Go em Nova York e Los Angeles. Escreveu 13 músicas, escolheu a própria banda e "lutou" para manter tudo do jeito que queria. "Não foi muito difícil manter minha visão, sou muito teimosa: quando quero uma coisa, não me conformo com outra", diz. "Sou uma guerreira e não deixo as pessoas me dizerem o que fazer." Em um tom mais doce, ela completa, sorrindo. "E foi assim que consegui o que queria." Se comparado com os discos de início de carreira de Alanis Morissette ou Fiona Apple, Let Go deixa um pouco a desejar _ mas é bem melhor do que a maioria dos trabalhos pop que foram parar nas paradas nos últimos tempos. Faixas como Complicated, que já virou hit nos Estados Unidos, fala sobre "a falsidade das pessoas em geral", enquanto Losing Grip é inspirada por "um antigo namorado" da cantora. "O disco mostra um lado meu que é agressivo e outro que é mais emocional", diz. "É um trabalho diverso, tem uma faixa que mostra o pouquinho de punk que tenho no meu sangue." Depois da passagem por Nova York, Lavigne segue para Austrália, Europa e Japão, antes de começar uma extensa turnê pelos Estados Unidos que deve durar pelo menos um ano. "Estou muito animada com a idéia de viajar em um ônibus com a banda", diz. "Eles não são apenas músicos que estão me acompanhando: são só um pouco mais velhos que eu e viramos melhores amigos, escrevemos músicas juntos. Parece que nos conhecemos a vida inteira!"

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