Nokia Trends leva pequeno público ao êxtase

Músicos produziram batidas quebradas, mas hiperdançantes

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Por Agencia Estado
Atualização:

Despedaçar, reconstruir e botar para tocar. Os músicos que se apresentaram na noite de sábado no Nokia Trends Rio, festival organizado no Cais do Porto, região central, subverteram o ritmo lógico das músicas. Produziram batidas quebradas, mas hiperdançantes, que levaram ao êxtase o pequeno público presente. Os shows começaram mornos até uma hora da manhã, quando subiu ao palco o grupo inglês Asian Dub Fundation, especialista em garimpar sons raros e animados, (e quebrados) ao redor do mundo. Foi chocante: eles soltaram algo que passava por canções ritualísticas africanas, drum and bass, maracatu e o próprio dub, essência fragmentada do reggae, uma seqüência de batidas eletrônicas que fazem qualquer um requebrar. Os componentes, incrivelmente entusiasmados, mostraram no palco uma artilharia pesada: tambores, arrasador sistema de som e muita garganta para acompanhar todo aquele barulho. Sem tempo para respirar, veio um outro grupo inglês empenhado em produzir batidas repetitivas e progressivas: Audio Bullys. A dupla de músicos que veio sem banda, subiu nas pick-ups e transformou o galpão da festa em uma real pista de dança. Tocaram anexando trechos de músicas do álbum Ego War, deram uma amostra do que será o próximo disco e fizeram de tudo para manter o astral do evento. Mais para o final, o clima no entanto foi caindo. Os cariocas foram dormir cedo e deixaram uma arena quase vazia para o gran finale de Mau-Mau, mago do tecno underground paulistano. Com músicas conhecidas nas pistas de São Paulo, o DJ ignorou a decaída do público e apresentou um set quente. O Nokia Trends aconteceu em armazéns da zona portuária do Rio. Eram dois grandes salões - um para os shows ao vivo e outro, menos concorrido, para que as pessoas vissem as apresentações de São Paulo por telões. Nos dois palcos, haviam um corredor com vistas para o mar. Um navio atracado completava o visual. A Polícia Militar do Rio de Janeiro e os organizadores do evento não souberam informar o público que compareceu à festa.

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