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Nnenna Freelon revisa a obra de Stevie Wonder

Por Agencia Estado
Atualização:

Quando Nnenna Freelon apareceu há dez anos foi rotulada como uma cópia de Sarah Vaughan. É claro que isso é um elogiou para uma cantora novata no difícil mundo do jazz. Hoje, seis discos depois, Nnenna provou que não precisava de comparações para ser respeitada e admirada pela crítica e pelo público. No fim do mês de junho, a cantora lançou seu sétimo disco, Tales Wonder ? Celebrating Stevie Wonder, como o nome diz é uma homenagem à música de um dos maiores músicos do século XX. Infelizmente Wonder não lança nenhum trabalho inédito há sete anos. Freelon já tinha gravado duas músicas de Wonder em outros dois álbuns, Heritage (93) e Soulcall (2000). Nnenna Freelon, como de costume, não se preocupou em regravar músicas conhecidas de Wonder, o que comercialmente seria muito melhor. Ela teve o cuidado de pinçar canções de várias fases do músico, desde a época r & b até a fase mais pop. O disco abre com o último grande momento de Wonder, a romântica Overjoyed, do disco In Square Circle (85). Aqui, o ouvinte tem um bom exemplo da sutileza e firmeza da voz de Freelon. Depois é a vez de Creepin, do premiado disco Fulfillingness First Finale (74). A versão tem como destaque a flata de Gerry Niewood. Do mesmo disco de 74, Freelon gravou o momento mais jazz do álbum, Bird Of Beauty. Das músicas mais conhecidas de Wonder, Freelon encontrou dois momentos bem distintos. Primeiro na deliciosa My Cherie Amour, com a cantora em momento intimsta, e em Superstition, do clássico disco Talking Book (72), com direito a guitarra wah wah,, tocada por Chuck Loeb, e o sax tenor de Niewood. Freelon gravou ainda duas músicas desconhecidas do repertório de Wonder. Until You Come Back To Me, que ficou mais conhecida na voz de Aretha Franklin, e The Tears Of a Clown, canção que Stevie Wonder compôs junto com Smokey Robinson, que a gravou com o seu grupo The Miracles. Para finalizar Lately. Esta música, em especial, foi traduzida e gravada em português pela cantora Gal Costa nos anos 80. Na leitura de Freelon, ela recebeu um arranjo com uma levada bossa nova muito além da versão de Gal. Nnenna Freelon já provou que pode caminhar muito bem entre o jazz, r & b e pop.. Toda esta versatilidade poderá ser conferida no Brasil no 5º Diners Club Jazz Night, no Bourbon Street. A cantora faz uma única apresentação em São Paulo no dia 4 de setembro. Freelon esteve no País em 2000 e participou do Montreux Jazz, versão Brasil, ao lado do baterista T.S. Monk, com quem iniciou a carreira. O disco não tem edição nacional, mas a gravadora Concord tem distribuidor no País e o CD já pode ser encontrado em lojas como a Saraiva e a Fnac.

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