28 de agosto de 2010 | 06h00
Quem estava acostumado a ver a cantora Nina Becker insinuante no 3naMassa e nas folias e fuzuês da Orquestra Imperial pode cair da cadeira ao ouvir os dois discos que ela acaba de lançar. Com trabalhos diferentes dos que vinha fazendo, acompanhada da banda Do Amor - com quem toca há cinco anos -, ela também revela seu lado autoral em Vermelho e Azul. "Os sensíveis sacam que eu sou mais introspectiva mesmo", conta a cantora e compositora.
Os discos são bem diferentes entre si, pelos arranjos e pela maneira como foram concebidos. Azul foi gravado em um ano, enquanto Vermelho foi feito um ano depois, em quatro dias. O curto período não é pressa, mas espontaneidade. Disco relaxado, mas vigoroso, Vermelho é cheio em instrumentos, com a belíssima Janela (Nina e Domenico Lancellotti), De Um Amor em Paz (Domenico Lancellotti e Délcio Carvalho), com arranjo bem diferente do disco Carnaval Só Ano Que Vem, da Orquestra Imperial, e Lágrimas Negras (Jorge Mautner e Nelson Jacobina).
Azul é mais introspectivo ainda. Enxuto, mas que não deixa um pedacinho da alma desamparado. É disco de alento, com joias como Samba Jambo (Mautner e Jacobina), Ela Adora (Nina Becker, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) e Janela, com arranjo para naipe de sopros, escrito pelo padrasto de Nina, Roberto Gnattali, sobrinho do gênio Radamés.
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